O ex-prefeito de Araraquara (273 km de São Paulo) Waldemar de Santi (PP), 83, morreu na manhã desta quinta-feira (17) por falência de múltiplos órgãos na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Beneficência Portuguesa, na cidade. Ele estava internado há dois meses.
Advogado e industrial, De Santi foi prefeito da cidade por três mandatos, entre 1970 e 1990. Começou a sua trajetória política aos 24 anos, quando se elegeu vereador da Câmara pelo PDC (Partido Democrata Cristão).
Ele ainda foi eleito vereador outras quatro vezes consecutivas. Em duas eleições municipais, liderou o número de votos entre os parlamentares.
De Santi foi eleito prefeito pela primeira vez em 1976, com 24.351 votos, pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), formado pela ala opositora ao regime militar. Ele foi casado por 46 anos com Carmem Golinelli De Santi, ex-presidente do Fundo Social de Solidariedade, morta em março de 2011.
O casal teve a filha Júnia Maria De Santi Alves, morta em 1998 ao 33 anos de idade.
O ex-prefeito também desenvolveu atividades com entidades, clubes e ações sociais: foi presidente do Grêmio Recreativo 27 de Outubro e tesoureiro da Casa de Betânia, instituição filantrópica voltada aos cuidados de crianças carentes.
REPERCUSSÃO
O prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) decretou luto oficial de três dias e prestou condolência a familiares e amigos.
Em nota, o peemedebista destacou as principais obras do prefeito, como o Terminal Rodoviário às margens da Via Expressa, o Pronto Socorro Central e a remodelação das praças Pedro de Toledo e Santa Cruz.
Barbieri destacou o fato do ex-prefeito ter nascido de família pobre e a necessidade de ter tido começar a trabalhar aos oito anos de idade, entregando leite durante a madrugada e descascando e debulhando milho à tarde, depois das aulas.
"De Santi foi um grande prefeito, mas, acima de tudo, um ser humano admirável", afirmou Barbieri, na nota.
"É com muita tristeza que nos despedimos desse querido amigo, que deixa um grande exemplo para todos nós".
O deputado estadual e ex-prefeito Roberto Massafera (PSDB) também enviou uma nota à imprensa e lamentou a morte de De Santi, chamando-o de ícone da história de Araraquara.
"Foi um administrador honesto, justo e correto, além de um político de extrema habilidade. Um homem sério, tranquilo e de muito carisma. Atendia a todos sem distinção. Zeloso com a cidade e rigoroso quanto a qualidade dos serviços públicos", disse.
Em 1993, De Santi deu posse a Massafera ao cargo de prefeito na cidade.
O também ex-prefeito de Araraquara e atual deputado estadual Edinho Silva (PT), afirmou em nota que De Santi "foi uma das figuras públicas mais marcantes de Araraquara", que deixou no Legislativo municipal a marca de "um contestador enérgico e de um fiscal implacável das ações do Executivo".
De acordo o petista, De Santi se tornou um dos líderes mais populares da cidade. "A morte de De Santi deixa uma lacuna irreparável na vida pública de Araraquara", afirmou.
O velório está marcado a partir das 17h na Câmara Municipal. O enterro será nesta sexta-feira (18), às 10h, no cemitério São Bento.