Folha de S. Paulo


Série de atentados atinge 15 ônibus e obriga ação policial em Uberaba (MG)

Uma série de atentados e ações de vandalismo já atingiu ao menos 15 ônibus do transporte coletivo nas últimas duas semanas em Uberaba (MG).

A morte de dois suspeitos de tráfico de drogas e crimes como furtos pela Polícia Militar foram o estopim para as ocorrências, que incluem atear fogo e jogar pedras nos ônibus.

Os últimos casos foram registrados na madrugada desta quinta-feira (10). Três ônibus foram apedrejados. Na terça-feira (8), quatro ônibus foram danificados em um protesto.

Ameaças de arrastões se espalharam nas redes sociais nesta quarta-feira (9), mas nada foi confirmado e não houve interrupção no serviço de transporte coletivo.

Mesmo assim, a situação causou pânico prejudicando as aulas nas universidades locais e também o funcionamento do comércio na região central.

O comandante da 5ª Região de Polícia Militar, coronel Laércio dos Reis Gomes, afirmou que é a primeira vez que Uberaba registra esse tipo de ocorrência em sequência.

"Uberaba não possui registro de outros atentados deste tipo. É a primeira vez que acontece em Uberaba. Não existe precedente", disse.

Para controlar a situação, Gomes acionou os policiais que estavam de folga e dobrou o contingente e número de carros de polícia em circulação nos pontos estratégicos da cidade.

"Temos inclusive policiais em trajes civis nos pontos de ônibus e outros locais, além da equipe do serviço de inteligência para monitorar as ameaças que surgem nas redes sociais", disse.

COMEÇO

Os ataques começaram no dia 28 de março, durante um protesto contra a morte de Marcos Fábio Prata Teodoro, suspeito de tráfico de drogas na cidade.

Condenado, segundo a polícia, por crimes de furto e tráfico, ele cumpria prisão domiciliar em Uberaba e morreu após reagir a uma abordagem policial e tentar atirar em um dos oficiais.

Na operação, outras três pessoas foram detidas.

Oito ônibus foram apedrejados e parcialmente incendiados por pessoas que repudiaram a ação da Polícia Militar.

Na terça-feira, um novo protesto foi organizado por causa da morte do jovem Diego Silva Amaral, suspeito de furtos na zona rural.

Segundo a corporação, ele atirou em um carro de polícia durante uma operação de bloqueio em rodovia próxima a Uberaba, dando início à perseguição e troca de tiros.

Ainda não há confirmação se os três veículos de transporte coletivo apedrejados na madrugada desta quinta também estão relacionados à morte do suspeito.

O comandante regional da PM afirmou que, em todos os casos, os policiais agiram em legítima defesa e estão amparados pela legislação.

"Na verdade, todas as ocorrências aconteceram por causa do enfrentamento dos criminosos armados aos policiais. O uso da arma é nosso último recurso", disse.


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