Folha de S. Paulo


Laudo da USP Ribeirão Preto desvendou morte no regime militar

O trabalho do Laboratório de Antropologia Forense da USP de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) ajudou a contestar a versão oficial sobre a morte de Arnaldo Cardoso Rocha, militante da ALN (Ação Libertadora Nacional).

Com base em laudo elaborado pelo laboratório sobre as lesões encontradas nos ossos de Rocha, os peritos da Comissão Nacional da Verdade concluíram que diversos disparos o atingiram de cima para baixo, o que sugere que ele pode ter sido executado.

As perícias da universidade e da Comissão da Verdade também apontaram que lesões simétricas nos ossos indicam que ele tenha sido torturado.

Rocha foi morto pouco antes de completar 24 anos, em 15 de março de 1973, por uma equipe do DOI-Codi de São Paulo.

A polícia informou na época que Rocha e outros dois companheiros resistiram à prisão ao serem abordados na rua Caquito, na Penha, zona leste de São Paulo, e morreram durante tiroteio.

O laboratório faz perícias em ossadas desde 2005. As 98 análises até este ano resultaram na identificação de 31 ossadas.

O índice, de 32%, põe o laboratório entre os melhores do mundo, segundo o coordenador Marco Aurélio Guimarães.

O professor participa do grupo do governo que busca identificar os mortos na guerrilha do Araguaia.


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