Folha de S. Paulo


Macaco Chico, alvo de polêmica, morre em São Carlos (SP)

Há 38 anos criado como animal de estimação em São Carlos (232 km de São Paulo), o macaco-prego, Chico, que ficou conhecido nacionalmente após ser retirado da família que o criava, morreu na tarde desta sexta-feira (7).

A aposentada Elizete Carmona, 71, disse que Chico começou a passar mal há cerca de três dias. Ela o levou ao veterinário, mas nenhuma doença foi identificada.

"Ele não comia, não bebia, não dormia. Eu estranhei porque ele estava bem. Sempre achei que eu morreria antes dele", contou Elizete.

O corpo do animal passará por exames na segunda-feira (10), que vão identificar as causas da morte.

"Ele era meu filhinho, vai ser difícil ficar em casa sem ele", disse a aposentada, chorando.

Ela disse não saber onde ele será enterrado.

Aguinaldo Marinho/Apass
Macaco Chico, criado durante 38 anos como animal de estimação, em ONG de Assis
Macaco Chico, criado durante 38 anos como animal de estimação, em ONG de Assis

POLÊMICA

Nascido em Mato Grosso do Sul, Chico foi levado para São Carlos por um caminhoneiro. Ele deu o macaco de presente à família Carmona.

O macaco ficou conhecido em agosto do ano passado depois de a Polícia Militar Ambiental retirá-lo da casa por ordem do Ministério Público Estadual.

O animal foi encontrado preso a uma coleira atado em uma corrente de um metro de extensão.

De acordo com a polícia, a família também não tinha nenhum documento de órgãos ambientais que autorizasse a criação do macaco.

A ação policial provocou uma reação na internet de defensores virtuais dos animais. Mais de 17 mil assinaturas foram colhidas para que Chico retornasse à casa da família Carmona.

Uma liminar concedida pela Justiça determinou o retorno do animal para a casa da família.

Nos 16 dias que ficou afastado da família, funcionários de uma ONG de Assis (434 km de São Paulo) identificaram que o macaco, na verdade, era uma fêmea. No entanto, a família continuou o chamando de Chico.


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