Folha de S. Paulo


Projeto prevê a liberação de animais em parques de Ribeirão Preto

Um projeto da Prefeitura de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) prevê a liberação de animais de estimação no parque Maurilio Biagi, na região central da cidade.

Atualmente, segundo o diretor da Fiscalização-Geral do Município, Oswaldo Braga, os bichos são proibidos em todos os parques da cidade.

A liberação, se aprovada, irá seguir as normas do decreto estadual 48.533, de 2004, que prevê regras como o uso de coleiras com guia curta para raças como pitbull.

Uma comissão de estudo foi criada para avaliar o assunto na última terça-feira (28). O grupo conta com representantes do Centro de Controle de Zoonoses, da Guarda Civil Municipal e da pasta do Meio Ambiente. A primeira reunião será na próxima semana.

Em 2011, o parque teve uma infestação de carrapato-estrela.

A chefe do Controle de Zoonoses, Estefânia Dallas, afirma que a situação está totalmente controlada.

Edson Silva/Folhapress
Placa no parque Maurilio Biagi, em Ribeirão Preto, indica proibição a animais
Placa no parque Maurilio Biagi, em Ribeirão Preto, indica proibição a animais

O secretário do Meio Ambiente, Daniel Gobbi, disse que recebeu inúmeros pedidos de frequentadores do parque e também de vereadores para a liberação da entrada dos animais.

Foi Gobbi quem criou a comissão. Se der certo no Maurilio Biagi, poderá ser ampliada para os outros parques de Ribeirão Preto. A cidade é a única, entre as quatro maiores da região, que tem esse tipo de restrição.

"Não há proibição. Há apenas algumas orientações de acordo com o decreto estadual", disse o diretor da divisão de Vigilância de Saúde de Franca (400 km de São Paulo), José Conrado Neto.

Em São Carlos (232 km de São Paulo), há uma área específica para o passeio de cachorros no Parque do Kartódromo, segundo a assessoria da prefeitura.

Já em Araraquara (273 km de São Paulo), é permitido entrar com animais de estimação em parques desde que seja respeitado o Código de Posturas do Município que trata sobre o uso de coleiras, focinheiras e guia, entre outras recomendações.

Para Estefânia, se o decreto for seguido, a Zoonoses não deverá se opor. Ela disse que os animais precisam estar vacinados. A forma como essa norma será fiscalizada, porém, deverá ser discutida.

CONTROVÉRSIA

Frequentadora do parque Maurilio Biagi, a estudante de fisioterapia Keite Noguti, 27, apoia o projeto. "Adoraria vir correr com a minha cachorra aqui."

Já o técnico de enfermagem Victor Maia, 28, costuma levar o filho de quatro anos para brincar e afirma achar "complicado". "As pessoas podem até recolher as fezes dos animais, mas como é feito com a urina?"

A atendente Márcia Almeida, 33, também diz se preocupar com a higiene. "Concordo se houver uma área específica para os animais."

Atualmente, dois dos quatro shoppings de Ribeirão aceitam a entrada de cães de pequeno porte.

O Iguatemi e o Santa Úrsula liberam a entrada, exceto nas áreas de alimentação. Os donos são orientados a recolher dejetos deixados pelos animais.


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