Moradores da zona norte de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) enfrentam falta d'água há pelo menos dez dias e passaram Natal e Réveillon com problema no abastecimento.
A situação ocorreu apesar de a prefeitura ter aberto no dia 28 um novo poço artesiano no bairro Heitor Rigon.
A obra, segundo a prefeitura, deveria normalizar a situação até quarta-feira (1), mas isso não aconteceu. Agora, a previsão da administração é que o problema será solucionado até este sábado (4).
Estabelecimentos comerciais e residências de bairros como Geraldo de Carvalho, Ipiranga e Presidente Dutra estavam sem água ou com o fornecimento reduzido na manhã desta quinta-feira (2).
O cabeleireiro Fabrício Martins, 26, por exemplo, já não oferece mais o serviço de lavagem dos cabelos aos seus clientes. "Faz cinco meses que estou neste endereço e, desde então, enfrento a mesma situação de falta d'água."
Ele atende na rua Javari, no Ipiranga. Nesta quinta, as torneiras do salão estavam secas.
Silva Junior/Folhapress | ||
José Maria da Silva, ao lado de caixa utilizada para reservar água para o seu lava-rápido |
O problema também é enfrentado por José Maria da Silva, 53, proprietário de um lava-rápido no bairro. "A água vem em gotinhas."
No bairro Geraldo de Carvalho, o aposentado Francisco Nascimento, 59, está com o abastecimento de água prejudicado desde a véspera do Natal. "Aqui em casa, a água só vem à noite", afirmou.
No Heitor Rigon, a situação para alguns moradores estava normalizada nesta quinta após um fim de semana inteiro sem água. Eles enfrentaram a queda do abastecimento entre os dias 27 e 29 de dezembro.
"O fornecimento voltou aos poucos no domingo e, desde então, está tudo bem", afirmou a moradora Simone Quintiliano, 45.
POÇOS
Além do poço inaugurado no Heitor Rigon, a prefeitura projetou outros dois, nos bairros Ribeirânia e José Sampaio, que, juntos, devem retirar 750 mil litros de água por hora para atender a região.
Ribeirão Preto tem constantes problemas de falta d'água por causa do excesso de vazamentos na rede e devido ao consumo elevado, além dos problemas na captação, como bombas queimadas e falta de reservatórios.
Silva Junior/Folhapress | ||
O cabeleireiro Fabrício Martins, que atua no Ipiranga, em Ribeirão Preto, mostra torneira sem água no salão |