Folha de S. Paulo


Outros hospitais do país oferecem artefatos sintéticos para os pacientes

Enquanto o Hospital de Câncer de Barretos (423 km de São Paulo) confecciona as próprias perucas, outras instituições que são referência no tratamento de câncer no Brasil adotam modelos diferentes de auxílio aos pacientes que sofrem com quedas de cabelos.

O Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), de São Paulo, por exemplo, não confecciona perucas.

As voluntárias da entidade compram mensalmente os produtos, todos de fios sintéticos. São adquiridas de 50 a 60 perucas por mês.

A opção do fio artificial é pelo custo: uma peruca sintética custa de R$ 40 a R$ 60 --o dinheiro é arrecadado entre as próprias voluntárias.

"O material é de qualidade. De perto nem sei direito a diferença da peruca de fio sintético para a de natural", diz Oli Minutti, coordenadora do voluntariado do instituto de São Paulo.

A entidade não estimula doações de cabelo, mas quando há insistência de pacientes e familiares, a mecha doada é negociada com cabeleireiro profissional em troca de novas perucas.

No A.C. Camargo Cancer Center, também em São Paulo, o serviço de doar perucas é antigo: funciona desde 1946. Também não se confecciona o acessório --e, por isso, não se aceitam cabelos doados. Na instituição, não há compras, apenas doação das perucas.

No estoque da instituição na semana passada, por exemplo, havia 20 perucas disponíveis, a maioria de cabelos sintéticos. Lá, não há fila de espera, como ocorre no hospital de Barretos.

No Inca (Instituto Nacional de Câncer), no Rio de Janeiro, há 12 anos existe um banco de empréstimos de perucas. Só no primeiro semestre deste ano, foram emprestados 300 produtos.

A maioria delas também é de fios sintéticos. Há campanhas organizadas por empresa parceiras que estimulam a população a doar o material que possa ajudar os pacientes do instituto carioca.


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