A Prefeitura de São Carlos (232 km de São Paulo) suspendeu as obras de melhorias viárias e antienchentes entre a praça Itália e a rotatória da Jesuíno Arruda, o que deu início a mais uma polêmica na cidade envolvendo as administrações do PSDB (atual) e PT (anteriores).
É o terceiro impasse entre os partidos neste ano, que já discordaram sobre a Cidade da Energia --obra lançada pelo governo petista e que agora corre o risco de não sair-- e, também, sobre as obras cicloviárias na cidade.
O investimento na obra é de R$ 7,6 milhões. Como foram gastos R$ 1,6 milhão, o município corre o risco de ter de devolver R$ 6 milhões.
A prefeitura informou que na semana passada foi comunicada da interrupção dos serviços pela empreiteira que venceu a licitação.
A Rual Construtora disse que iniciou os trabalhos de combate a enchentes, mas parou por falta de autorização da ALL (América Latina Logística) --concessionária que administra ferrovias--, já que a duplicação da via passa sob um pontilhão onde circulam trens.
Segundo o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), se a obra não for concluída, os recursos devem ser devolvidos, de acordo com a lei nº 8.666, de 1993, que instituiu normas para licitações e contratos da administração.
As obras contemplariam a duplicação da passagem sob a linha férrea para melhorar o trânsito, além de construir galerias para o escoamento das águas das chuvas.
| Marcia Ribeiro - 12.set.11/Folhapress | ||
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| Região da praça Itália, em São Carlos, alvo de discussão entre PT e PSDB |
Os serviços para evitar os alagamentos devem ser concluídos neste mês, mas as obras viárias não terminarão.
O município informou que o prefeito Paulo Altomani (PSDB) vai procurar o Dnit para pedir a transferência dos recursos para outra obra.
A intenção é destinar a verba para acelerar a obra antienchente de ampliação da passagem do córrego do Monjolinho sob a linha férrea, nas proximidades do shopping.
Os atritos antecipam a disputa dos rivais PT e PSDB, a exemplo do que deve ocorrer em 2014. Procurado, Edinho Silva, presidente estadual do PT, não quis falar. O governo são-carlense forneceu informações, apenas, da questão das obras na praça Itália.
POLÊMICAS
O novo impasse é o terceiro diretamente envolvendo os partidos. Neste mês, a Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos) rescindiu convênio para a implantar a Cidade da Energia, uma das apostas do PT. O local reuniria espaço para grandes eventos voltados ao setor bioenergético.
No início do ano a administração prometeu reavaliar o projeto --que seria falho-- de implantação de ciclofaixas. Uma associação organizou um abaixo-assinado após o temor de que os espaços, criados no governo de Oswaldo Barba (PT), seriam extintos.