Folha de S. Paulo


Buracos e ambulantes ainda são risco para o trânsito nas marginais em SP

Um homem com um balde de amendoim anda no meio dos carros parados em fila a perder de vista no trânsito da marginal Tietê. Eram 17h desta terça (11), véspera de feriado em São Paulo, e o ambulante tentava convencer algum motorista a comprar.

Logo à frente, outro ambulante vende água em um carrinho. Quando alguém resolve comprar, o trânsito para por mais alguns segundos. Os carros, quando andam, precisam desviar do vendedor. Algum motorista mais distraído, ou imprudente, poderia causar um acidente.

Uma série de vendedores toma conta das pistas das marginais Tietê e Pinheiros, todos os dias, nos horários de pico. Eles vão para as duas vias, que cortam a cidade de São Paulo, por causa da oferta gigante de possíveis clientes quando o trânsito para.

Os ambulantes atuam livremente, sem fiscalização alguma, inclusive próximo a uma base da Polícia Militar, ao lado da ponte do Piqueri, na zona norte da capital.

Na marginal Pinheiros, o mesmo ocorre logo após o Cebolão, que faz a ligação com as pistas da Tietê. A pista é tomada por dezenas de camelôs que vendem de tudo: desde salgados e pipoca até carregadores de celular.

Também não é incomum encontrar algum ciclistas percorrendo trechos em meio aos carros, principalmente na marginal Tietê –que não tem ciclovia. A maior parte da marginal Pinheiros tem faixa exclusiva para bikes.

Em alguns pontos, as pistas das marginais apresentam asfalto bastante irregular. Como em outras vias da capital, buracos ou asfalto recapeado recentemente fazem com que os carros, quando passam em cima, deem solavancos.

Por outro lado, a sinalização que indica as velocidades máximas permitidas são um ponto forte. Quando se troca de pista –da central para a expressa, por exemplo– é normal encontrar uma placa avisando da troca de velocidade de 60 para 70 km/h.

TRÂNSITO NAS MARGINAIS - Média de congestionamentos a cada 12 meses, em km

VELOCIDADE

Em um posto na marginal Pinheiros, a dona de casa Ana Cristina Vieira, 49, diz que as marginais têm boas condições em comparação com outras ruas e avenidas na cidade. Para ela, o principal problema das vias é o excesso de carros que andam por elas. "O trânsito é péssimo. Tem carro demais", reclama.

Ana também questiona os radares, que fiscalizam as infrações cometidas por motoristas. "São muitos", diz. Mas depois pensa e completa: "Pensando bem, se tirarem os radares, vai ter muito mais acidente", pondera.

O agente penitenciário Cláudio Pereira de Souza, 48, discorda. Para ele, que também é motorista do Uber nas horas vagas, os principais problemas das marginais são o excesso de radares, a velocidade baixa e os buracos.

"Acho que tinha que aumentar a velocidade, porque é muito lento andar a 50 km/h", afirma. "E também tem muitos buracos. Se você não tomar cuidado, pode danificar o carro", diz ele.

VAIVÉM NAS MARGINAIS


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