Folha de S. Paulo


Frente fria derruba temperatura na capital e interior de São Paulo

O inverno tem dado uma trégua para os termômetros nos últimos dez dias, mas o clima ameno durante a estação fria está próximo do fim. Duas frentes frias chegam ao litoral de São Paulo nesta semana, derrubando as temperaturas na capital e interior do Estado.

A primeira chegou ao oceano próximo à costa paulista neste domingo (7), diminuindo as temperaturas e tornando o ar mais úmido. Nesta terça-feira (9), outra frente vinda do Sul do país chegará ao litoral, deixando o tempo ainda mais frio, principalmente durante a madrugada. A mínima é de 15º para a terça-feira. Durante o dia, o tempo fica mais ameno, chegando aos 24º C. As previsões são do Climatempo.

Na madrugada de sexta-feira (12) estima-se que a temperatura caia para abaixo dos 10º, o que não acontecia desde o dia 28, quando o bairro Capela do Socorro, na zona sul, marcou 5,6ºC na madrugada. Durante o dia, a máxima é de 20º C.

O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, decretou estado de atenção por baixas temperaturas em toda a cidade, que ocorre quando os termômetros marcam entre 13º C e 10º C. Com o decreto, a Defesa Civil é acionada para coordenar ações que encaminham moradores de rua a abrigos.

Além do frio, o tempo deverá ficar fechado até quinta-feira (11), que terá mínima de 10º C e máxima de 18º C. É alta a possibilidade de chuva e nebulosidade. São esperados ventos fortes no sul e leste paulista.

Espera-se que o final de semana traga um tempo mais quente, após a passagem da frente fria pelo Estado. Na semana seguinte, a temperatura voltará a cair a partir de sexta-feira (19).

ABRIGOS

A temperatura baixa aumenta a preocupação com os moradores de rua da cidade. Em junho, pelo menos cinco pessoas foram encontradas mortas após uma onda de frio.

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) criou duas mil vagas em 16 abrigos emergenciais desde 16 de maio, depois das ocorrências, além das 10 mil vagas fixas.

Porém, uma reportagem da Folha mostrou que ainda há muita rejeição dos moradores de rua aos abrigos. Apenas metade deles procuram acolhimento em São Paulo.

FALHAS NO ACOLHIMENTO - Apenas metade dos moradores de rua procura abrigos em São Paulo

As queixas mais frequentes são a falta de higiene e de lugar para deixar carroças e animais de estimação, a distância do centro da cidade e a restrição de horário –a saída do local às 6h é obrigatória.

TENDAS

No final de junho a prefeitura disponibilizou tendas usadas para o atendimento de pacientes durante a epidemia de dengue como abrigo no Mooca e Anhangabaú. Os moradores de rua podem pernoitar no local, que oferece jantar e café da manhã. As tendas contam com espaços para cachorro e carroça. Há 150 vagas.

No sul, onde temperaturas negativas têm sido registradas, ONGs e grupos religiosos oferecem acolhimento em barracas térmicas. Segundo apurou a reportagem da Folha, a ausência de burocracia e o fato de não haver intervenção da prefeitura contribui para a procura.


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