Folha de S. Paulo


Trem falha e prejudica a circulação na linha 7-rubi da CPTM em SP

Uma falha em um trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na manhã desta quarta-feira (13) causa transtorno aos passageiros da linha 7-rubi (Francisco Morato-Luz).

Por volta das 7h20, uma composição apresentou uma falha de tração entre as estações Caieiras e Perus, sentido Luz. Segundo a companhia, uma equipe de manutenção foi até o local para tentar reparar a falha, mas não obteve sucesso.

Às 7h40, os usuários foram transferidos para uma nova composição para continuar o trajeto. Durante a paralisação, os usuários das demais estações também reclamaram da demora, já que os trens circulavam com velocidade reduzida e maior intervalo.

A composição com falha foi recolhida, mas continua no trecho entre as estações Caieiras e Perus. Com isso, os trens circulam por uma única via férrea no trecho. Cerca de 435 mil pessoas circulam pelo trecho Francisco Morato-Luz da linha 7-rubi em dia útil.

Uma dessa pessoas é a bancária Simone de Magalhães, 22, que chegou às 7h20 à estação Francisco Mortato, mas só conseguiu embarcar às 8h20. "Ultimamente quase todos os dias têm atraso de trem ou alguma quebra. Entro às 9h30 no trabalho e com as falhas constantes acaba chegando atrasada", disse Magalhães, que trabalha na Lapa, na zona oeste da cidade.

A CPTM diz que ainda não sabe o motivo da falha nem quando o trem será retirado. Também afirmou que não foi necessário acionar o Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência).

Raio-x da CPTM

FALHAS MAIS FREQUENTES

Apesar das promessas do governo Geraldo Alckmin (PSDB) de modernização e melhoria nos trens da CPTM, as falhas se tornaram mais frequentes e as viagens descumpridas quase dobraram no intervalo de cinco anos.

Dados obtidos pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que as partidas programadas que deixaram de ser feitas pelos trens cresceram de 4,3% do total, em 2010, para 7,9% em 2015 –ano em que a companhia transportou mais de 831 milhões de passageiros. Na prática, quando uma viagem prevista não é cumprida, a espera dos usuários aumenta nas plataformas –podendo agravar também a superlotação nos vagões.

O número de partidas programadas também subiu nesse período, de 769 mil para 933 mil, provavelmente devido à compra de mais trens. A quantidade de viagens descumpridas, entretanto, cresceu proporcionalmente ainda mais –de 33 mil, em 2010, para 74 mil, em 2015.

Embora tenha adquirido novas composições e reformado estações nos últimos anos, a CPTM sofreu críticas por atrasos em investimentos de modernização. Diferentemente do Metrô, a empresa depende de recursos do Estado para manter sua operação –só no ano passado foram necessários quase R$ 1 bilhão em subsídios para compensar a diferença entre seus gastos e a tarifa que é paga pelos passageiros.

A CPTM atribui parte das viagens descumpridas às obras de modernização "intensificadas" a partir de 2011, elevando os intervalos em período de menor movimento.

CADÊ O TREM? - Percentual de viagens não cumpridas cresce 85% na CPTM entre 2010 e 2015

Viagens não cumpridas, em % - Houve um aumento de 85%


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