Folha de S. Paulo


Francisco Amílcar Santos de Azevedo Cruz (1959-2016)

Mortes: Cantava músicas de Caetano e Gal por Manaus

Enquanto os irmãos brincavam, Amílcar cantava. Ainda criança, alternava os jogos infantis com canções, a maioria de Sueli Campelo. Ele parecia já entender de música, apontando acordes errados do irmão ao piano ou na viola.

Nascido em Boa Vista (RR), Francisco Amílcar Santos de Azevedo Cruz, conhecido como Amílcar Azevedo, se mudou aos dois anos para Manaus, onde o pai abriu uma empresa de terraplanagem. Cresceu na cidade, ao lado dos pais e dos nove irmãos.

Aos 19, participou do concurso de calouros de Flávio Cavalcanti, que percorria o país na época. Cantou sua canção favorita, "Sangrando", de Gonzaguinha, e foi aplaudido de pé. Teve nota máxima de todos os jurados.

Problemas com patrocinadores, porém, o mantiveram fora da etapa nacional. Decidiu então seguir o desejo da mãe e fazer uma faculdade –formou-se em administração.

Foram dez anos até voltar a se apresentar, a compor. Fez shows em restaurantes, clubes e em eventos da Federação das Indústrias. Gravou dois álbuns, cantou na Itália e na França. Mas nunca viveu só da música. Cantando músicas de Caetano, Bethânia, Gal, ele dizia que só brega, axé e sertanejo universitário são reconhecidos no país.

Amílcar tinha opinião forte e não aceitava coisa errada, mas também era brincalhão, gostava de piadas.

Solteiro, era apegado à família, em especial, à mãe, que morava com ele, e aos irmãos Paulo e Rubelmar, que também moram em Manaus.

Morreu dia 3, aos 56 anos, após lutar contra um câncer. Deixa a mãe, oito irmãos, além de parentes e amigos.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas

-


Endereço da página:

Links no texto: