Folha de S. Paulo


Polícia libera 37 detidos em 3 protestos contra o aumento das tarifas em SP

Apesar de o governo de São Paulo ter endurecido o discurso contra envolvidos em atos de vandalismo nos protestos, das 37 pessoas detidas nas três grandes manifestações realizadas até o momento, nenhuma continua presa.

Delegados e mesmo a Justiça não acharam elementos para manter os manifestantes presos –em alguns casos, os suspeitos concordaram com medidas cautelares para não ficar na prisão.

Trinta e três dos jovens foram liberados ainda nas delegacias, após serem apresentados pela Polícia Militar. Outros quatro chegaram a ser presos e só foram liberados após audiências judiciais. Eles responderão em liberdade.

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Anunciado no final de 2015, o reajuste elevou o valor da passagem de R$ 3,50 para R$ 3,80, índice inferior ao da inflação oficial no ano passado (que foi de 10,67%).

O MPL (Movimento Passe Livre), que teve protagonismo nas manifestações de 2013, voltou às ruas.

No primeiro protesto, na última sexta (8), que terminou em quebra-quebra no centro, 17 pessoas foram detidas –e logo liberadas.

Três manifestantes foram presos na noite de segunda (11) pela suspeita de roubar o celular de um policial militar à paisana que foi agredido nessa manifestação.

A Justiça decretou a prisão temporária de Daniel Martins Souza, Manoel Chaves Braga e Floriano Alves com base no depoimento do policial.

No mesmo dia, um adolescente foi apreendido. Os três adultos foram liberados na quinta-feira (14).

No protesto da terça (12), oito jovens foram detidos, também pela suspeita de vandalismo. No de quinta (14), foram nove detenções por causa da confusão no metrô da Consolação, onde terminou uma das marchas.

Apenas o estudante do ensino médio Joel Santos de Oliveira, 20, foi levado para a prisão pela suspeita de atirar bombas e entrar em confronto com funcionário do metrô na estação Consolação.

A defesa do jovem aceitou medidas cautelares, como comparecimento mensal ao fórum, proibição de circular à noite e autorização da Justiça para sair de São Paulo, para que ele fosse liberado, o que ocorreu nesta sexta (15).

Ele vai responder por dano ao patrimônio público e resistência à prisão.

Nesta semana, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu endurecer contra os suspeitos de vandalismo, que responderiam também por associação criminosa. A tipificação, contudo, não foi imputada a nenhum dos quatro que ficaram presos.

Nesta sexta (15), Alckmin criticou o vandalismo nas estações de metrô após o fim do ato de quinta. "Quem comete esse tipo de crime tem de ser preso."

Disse ainda que o MPL poderá ser responsabilizado pelos danos. A Folha não conseguiu localizar integrantes do movimento para comentar.


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