Folha de S. Paulo


Processo de pacificação do Alemão deve durar décadas, diz Pezão

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) afirmou nesta segunda-feira (6), que o processo de pacificação no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, deve durar décadas.

Em entrevista à "Rádio Globo", Pezão declarou que a reocupação da área vai ajudar a contornar os problemas enfrentados na comunidade, mas que não irá solucionar de vez o problema na região.

"É um processo que a gente tem sempre que reavaliar. Foram 20, 30 anos de abandono dentro dessas áreas. O próprio Alemão era a central do crime organizado. Não vão ser 8, 10, 15 anos que vai levar à paz. É um processo permanente que vamos ter que estudar essa criminalidade", disse.

Na semana passada, quatro pessoas morreram no Alemão em menos de 24 horas.

A reocupação da comunidade começou ainda no final de semana quando cerca de 270 agentes do Comando de Operações Especiais (COE) entraram na comunidade. Porém segundo o governador, desta vez não será necessário o uso das Forças Armadas no Alemão. Atualmente, as UPPs contam com 1.230 policiais na região, e devem receber o reforço de militares recém-formados. Já os militares que atuam na comunidade, passarão por um curso de reciclagem.

Outro problema encontrado no Programa de Polícia Pacificadora é a falta de estrutura nas bases das UPPs. Agentes do Ministério Público do Rio constataram falta de coletes à prova de balas, armamentos e até mesmo falta de água potável em algumas unidades.

"Recebemos mais de mil reclamações pela Ouvidoria do Ministério Público. Entre os problemas que encontramos estão: ausência de regularidade na entrega de fardas para cabos e soldados, dever de compra da farda pelos próprios militares de outras patentes, falta de colete de proteção balística, falta de capacitação adequada, armamento antigo e sem manutenção, alojamento para descanso em condições insalubres e até mesmo falta de água potável", disse Pezão.

Ainda segundo o governador do Rio, o programa de unidades de polícia pacificadora deve receber um investimento de cerca de R$ 30 milhões para corrigir problemas emergências nas UPPs.


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