Folha de S. Paulo


Incêndio em tanques de combustíveis em Santos pode durar 4 dias, diz PM

Um tanque de armazenagem de combustíveis explodiu em depósito da área portuária de Santos, no litoral sul paulista, e iniciou um incêndio a partir da manhã desta quinta-feira (2). Segundo o capitão Alessandro Vieira, do Corpo de Bombeiros, o fogo havia chegado a seis tanques até as 16h25.

Os bombeiros afirmam que os reservatórios atingidos contêm etanol e gasolina. O porta-voz da Polícia Militar na Baixada Santista, capitão Bonifácio, diz que a previsão é que o fogo acabará em quatro dias, quando o combustível queimar por completo.

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Editoria de Arte/Folhapress

A estratégia dos bombeiros é esperar que o combustível se esgote. Eles procuram apenas resfriar a área lateral dos reservatórios para evitar que o fogo se alastre ainda mais.

Há dificuldade na contenção porque a água evapora antes de chegar às chamas.

Bonifácio afirmou à reportagem que há dois feridos: uma pessoa em estado de choque devido ao incidente e outra que sofreu complicações após inalar fumaça.

De acordo com Vieira, do Corpo de Bombeiros, "sempre há risco" para a população do entorno, mas, no caso, ele não é alto.

Segundo Bonifácio, não se sabe se será necessário retirar moradores das proximidades e se há risco no Jardim Piratininga, bairro próximo ao local. A Folha observou, no entanto, moradores deixando suas casas.

A Ultracargo é voltada para a armazenagem de granéis líquidos (como combustíveis e óleos vegetais), e possui 175 tanques.

Em nota, a empresa afirma que "é prematuro ainda qualquer afirmação sobre as causas" e que se esforça para solucionar o problema e minimizar seus impactos.

NAVIOS NÃO ATRACAM EM SANTOS

Segundo Ricardo Gomes, comandante da Capitania dos Portos de São Paulo, navios estão impedidos de atracar no Porto de Santos.

A navegação em um trecho de mar próximo à área também chegou a ser restrita mas, segundo Gomes, foi liberada no meio da tarde.

Às 15h30, o tráfego etava congestionado na chegada a Santos do km 62 ao km 65 da Anchieta.

Segundo a concessionária Ecovias, a interdição ocorre no km 64 da rodovia, no acesso ao viaduto da Alemoa.

Uma área de 5.000 m² ao redor da explosão foi evacuada.

A polícia tem 80 homens no local, incluindo 8 viaturas vindas de São Paulo.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a ocorrência foi registrada às 10h20 e ao menos 22 viaturas da corporação foram acionadas inicialmente.

INCÊNDIO VEIO ANTES DE EXPLOSÃO, DIZ CAMINHONEIRO

O caminhoneiro Roger José dos Santos esteve no terminal desde as 4h da manhã para preencher sua carga com etanol e ficou a cerca de 60 metros do incêndio.

Ele diz que assistia televisão dentro do caminhão quando o fogo começou sem que tivesse ouvido barulho de explosão.

Quem estava próximo ao local começou a correr, incluindo ele, que se jogou em uma valeta, abandonando o caminhão, que foi rebocado do local.

À imprensa só é permitido chegar a cerca de 500 m do incêndio. O ar está turvo e há cheiro de fumaça. Ela não chega, no entanto, a causar dificuldade para respirar.

O Corpo de Bombeiros também enviou para o local o navio Governador Fleury. A embarcação consegue retirar água diretamente do canal do porto e está bombeando 15 mil litros de água por minuto no incêndio.

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A EMPRESA

A Ultracargo faz parte do grupo Ultra, que controla a Ultragaz, distribuidora de Gás LP, a distribuidora de combustíveis Ipiranga, a empresa química Oxiteno e a rede de drogarias Extrafarma.

O terminal de Santos movimenta produtos químicos, combustíveis, corrosivos, óleos vegetais e etanol.

A unidade tem 183.871 metros quadrados e capacidade total de armazenagem de 301.300 metros quadrados.


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