Folha de S. Paulo


Guardas-municipais e fiscais também aderem à greve em Ribeirão Preto

Além de funcionários das escolas e de postos de saúde da rede municipal, que já estavam em greve, guardas-municipais e fiscais da Prefeitura de Ribeirão Preto também pararam após uma negociação frustrada entre o Executivo e o sindicato dos servidores na terça-feira (24).

A prefeitura manteve a proposta de 3,23% de reajuste salarial, bem abaixo do reivindicado, de 13,11%.

O índice também é inferior ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2014, de 6,41%.

As aulas foram suspensas pelo segundo dia consecutivo e os médicos continuam atendendo apenas os casos de urgência.

Segundo Débora Silva, coordenadora da saúde no sindicato, a situação do setor é precária: faltam materiais básicos, como gaze, sonda e até água sanitária. "A população precisa ficar sabendo disso", disse.

Gabriela Yamada/Folhapress
Servidores municipais fazem protesto no centro de Ribeirão Preto na tarde desta quarta-feira (25)
Servidores municipais fazem protesto no centro de Ribeirão Preto na tarde desta quarta-feira (25)

Com a ampliação da greve, nenhum veículo da guarda circulou pelas ruas nesta quarta-feira (25), segundo Wagner Rodrigues, presidente do sindicato.

Os guardas são responsáveis pela preservação do patrimônio público municipal e pela segurança em postos de saúde, além de realizarem rondas escolares.

Do total de 218 profissionais, apenas 30% está trabalhando –ou 65 guardas.

Sem os guardas e os fiscais da prefeitura nas ruas, ao menos 19 vendedores ambulantes voltaram a invadir o calçadão e as ruas do centro.

Por lei municipal, ambulantes não podem comercializar na região central.

"Tem que aproveitar que está tudo liberado", afirmou Anderson Soares, 24, que vendia frutas.

Jacira Lima Silva, 31, que vende bolsas, também aproveitou para estender os produtos no chão do calçadão. "Hoje não tenho que me preocupar com os fiscais correndo atrás da gente", afirmou.

A greve também atingiu outros serviços da prefeitura, como o conserto e o reparo de vazamentos de água e esgoto e os atendimentos de assistentes sociais.

Na Secretaria da Fazenda, são realizados apenas os serviços a cargo de funcionários terceirizados: emissão da segunda via do carnê do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e pedidos de parcelamentos de dívidas.

PROTESTO

Com faixas, panelas, apitos e cartazes, cerca de 2.400 servidores fizeram um protesto pelas ruas do centro até a porta do Palácio do Rio Branco, sede da prefeitura.

Entoando palavras de ordem, como "Servidor na rua, Dárcy, a culpa é sua", os funcionários permaneceram cerca de uma hora e meia em frente ao Executivo.

A prefeita Dárcy Vera (PSD) deixou a sede da prefeitura às 16h, horário de início da manifestação.

A administração se manifestou apenas por nota. Afirmou que a paralisação atingiu diversos setores, sem especificá-los, e que encaminhou um ofício ao sindicato pedindo para que mantenham os serviços essenciais.

Sobre o protesto, disse que é um direito legítimo dos servidores e se mantém aberta ao diálogo.


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