Folha de S. Paulo


Promotor leva três tiros, e filho de ex-vereador é preso suspeito do crime

O ex-vereador Valdelei José de Oliveira (DEM), que também foi presidente da Câmara de Monte Carmelo (MG), foi preso durante a madrugada deste domingo (22) suspeito de ser o mandante da tentativa de homicídio do promotor de justiça Marcus Vinícius Ribeiro Cunha, na noite de sábado (21).

De acordo com o delegado Wilton José Fernandes, o autor dos disparos é o filho do ex-parlamentar, Juliano Aparecido de Oliveira, 22. A polícia chegou até os suspeitos após análise de imagens de câmeras de monitoramento localizadas nas casas vizinhas à Promotoria, além de relatos de testemunhas.

A tentativa de homicídio ocorreu por volta de 20h40, em frente à Promotoria. Cunha estava saindo do plantão com seu carro, um Palio Weekend, quando, segundo a polícia, o filho do ex-vereador atirou contra o carro. Ainda de acordo com a polícia, o suspeito estava em uma moto, que foi localizada pelos policiais na casa dele, durante a madrugada.

O promotor saiu do carro e correu a pé, mas foi atingido por três tiros nas costas, que perfuraram o pulmão e os rins. Segundo a perícia, o veículo foi alvejado 12 vezes.

Cunha conseguiu pedir socorro em um restaurante e foi encaminhado ao pronto socorro municipal. De lá, foi transferido para o Hospital Santa Clara, em Uberlândia (MG), onde permanece internado em estado grave.

Após o filho ter sido preso em flagrante, o ex-vereador foi até a delegacia, espontaneamente, mas foi detido depois de policiais terem encontrado uma arma na casa dele, possivelmente usada para tentar matar o promotor.

Para a polícia, o crime pode ter motivação política. Em 2013, o ex-vereador foi denunciado pelo promotor por envolvimento em fraudes de licitações de limpeza de ruas e praças, além de reformas de unidades de saúde.

"Todas as oitivas e as provas periciais, principalmente as imagens de videomonitoramento, nos deixam convictos de que eles são os responsáveis pelo crime. [Oliveira] já havia perdido o cargo de vereador por causa de uma investigação do promotor, o que já demonstra uma forte suspeita de que ele tinha interesse na morte dele", diz o delegado.

Segundo o delegado, ambos negam a participação no crime. Durante a manhã deste domingo (22), pai e filho continuavam prestando depoimento aos policiais. A Folha não conseguiu contato com ninguém da família dos suspeitos ou advogados.


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