Folha de S. Paulo


Polícia do RS faz operação contra fraudes em cirurgias de próteses

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul cumpriu 21 mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (15) em várias regiões do Estado em uma operação contra fraudes em cirurgias de próteses.

Documentos e arquivos foram recolhidos em dois hospitais da região metropolitana de Porto Alegre, em clínicas e casas de médicos e de advogados. A Justiça também determinou a indisponibilidade de bens de seis suspeitos.

Nove pessoas, incluindo cinco médicos, tiveram passaportes apreendidos.

A investigação apura se médicos, advogados e empresas agiam em conjunto para fraudar o SUS e planos de saúde.

Polícia Civil/Divulgação
Polícia do RS faz operação contra fraudes em cirurgias de próteses
Polícia do RS faz operação contra fraudes em cirurgias de próteses

Segundo a Polícia Civil, médicos orientavam pacientes a procurar a Justiça para obter liminares determinando a compra de próteses ortopédicas por valores muito acima dos preços de mercado.

O caso foi mostrado em reportagem do "Fantástico", da TV Globo, na semana passada. Após a revelação, os ministérios da Justiça e da Saúde informaram que iriam investigar o assunto.

O delegado Joerberth Nunes diz que o prejuízo para os cofres públicos foi de pelo menos R$ 2 milhões e que o patrimônio dos suspeitos é totalmente incompatível com a renda que tinham. A principal vítima, diz, foi o IPE (Instituto de Previdência do Estado).

"Em uma cirurgia que custava R$ 5.000, o Estado pagava até R$ 150 mil mediante ordem judicial. Eles enganavam o Judiciário, ganhavam a liminar e dividiam entre si os valores", diz o delegado.

Um dos alvos da polícia gaúcha é o médico Fernando Sanchis, que afirmou ao "Fantástico" que havia assinado laudos indicando cirurgias em nome de outros médicos. Ele negou, no entanto, receber dinheiro de fornecedores de próteses. Os nomes dos outros envolvidos não foram divulgados.


Endereço da página: