Folha de S. Paulo


No Rio, passageiros desembarcam no meio de trilho após pane em trem

Uma falha no equipamento que liga o trem à rede elétrica provocou nesta segunda-feira (12) a interrupção de um coletivo próximo a uma estação da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

Os passageiros tiveram que desembarcar no meio da via, por volta das 5h45, com a ajuda de funcionários da concessionária Supervia, concessionária do transporte ferroviário do Rio.

O trem, que seguia de Santa Cruz para a Central do Brasil, teve que parar perto da estação de Inhoaíba, devido a uma falha no equipamento que liga o trem à rede elétrica que o movimenta.

Os técnicos da Supervia fazem reparos no local. No trecho entre as estações Paciência e Benjamin do Monte, os trens circulam por apenas uma linha, o que obriga as composições a aguardarem ordem para seguir e, consequentemente, atrasa as viagens.

ACIDENTE

Na semana passada, dois trens da Supervia bateram em uma estação da Baixada Fluminense, deixando 229 pessoas feridas. O choque ocorreu no ramal de Japeri, na altura da estação Presidente Juscelino, em Mesquita, Baixada Fluminense.

A Secretaria de Estado de Proteção e Defesa do Consumidor, por meio do Procon, autuou na última quinta-feira (8) a Supervia (concessionária do transporte ferroviário do Rio) pelo acidente. Segundo o Procon, "a operacionalização do sistema de trens urbanos não deveria permitir que um se chocasse com um outro parado".

Com a autuação, a Supervia terá um prazo de 15 dias para apresentar defesa sua defesa ao órgão. Caso a defesa não seja aceita pelo Departamento Jurídico do Procon, a concessionária será multada. De acordo com a nota, "o valor será calculado a partir do relatório econômico e com base na receita bruta da concessionária dos últimos três meses".

INVESTIGAÇÃO

O maquinista Luiz Felipe Moreira Breves prestou depoimento à polícia nesta quinta e admitiu que avançou o sinal vermelho com permissão do controlador Fábio Oliveira pouco antes do trem colidir com outra composição parada.

O controlador já minha sido ouvido no dia 7 de janeiro e disse apenas que o maquinista avançou o sinal sem autorização. "São declarações que não batem...logo um deles não está falando a verdade", disse o delegado Matheus de Almeida à Folha.

Segundo o delegado, será preciso fazer uma acareação [colocar frente a frente] entre o maquinista e o controlador. Oliveira era o controlador responsável pelo ramal Japeri no dia do acidente.

"O maquinista disse que o sinal estava vermelho, mas que, tendo a autorização do controlador, ele poderia avançar. O maquinista diz que teve a permissão do controlador para seguir viagem assim mesmo", destacou o delegado.

INDENIZAÇÃO

No dia 7 de janeiro, a Supervia anunciou um acordo de indenização das vítimas do acidente. As 229 vítimas receberão indenizações de acordo com a classificação de sua lesões. São elas: leve, média, grave e gravíssima. Os valores ainda não foram decididos. Também serão indenizadas por danos morais e materiais. O prazo é de 10 dias úteis a partir da comprovação dos danos.

De acordo com o defensor público-geral, André Castro, esse acordo dará conta de todas as pessoas que foram atendidas nos hospitais. Será necessária a apresentação do boletim médico.

A Defensoria Pública do Rio começa a receber nesta segunda as vítimas do acidente de trem. Elas podem entrar em contato com o Nudecon (Núcleo de Defesa do Consumidor), para agilizar o processo de pagamento de indenizações e compensações às vítimas. De acordo com o Nudecon, as vítimas do acidente devem apresentar o boletim de atendimento do hospital.


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