Finais de semana e feriados não eram motivos para Elias Jose Simon ficar longe do trabalho. Fizesse chuva ou sol, ele sempre dava uma passadinha na Unesp Botucatu, tida como seu segundo lar.
Elias adotou o município do interior paulista ao cursar agronomia na faculdade que depois daria origem, em 1976, ao campus da Universidade Estadual Paulista.
Acompanhou todo o crescimento da instituição pública, onde deu aulas desde a fundação até se aposentar, há apenas quatro meses.
Trocou a terra e as plantas pelo quadro-negro e pelas funções administrativas. Foi diretor da Faculdade de Ciências Agronômicas e responsável pela implantação do campus de Tupã, que administrou por seis anos. A biblioteca leva seu nome, como homenagem à sua dedicação.
Um dos cargos de que mais gostou de ocupar foi a direção da Vunesp, a fundação responsável pela realização do vestibular da universidade.
Extremamente conciliador, acalmou diversas polêmicas dentro da Unesp. Ao mesmo tempo, era questionador e preocupava-se com a formação de cada estudante.
Gostava de viajar, o que sempre fazia acompanhado da mulher, Maria Isolda, sua companheira havia 48 anos, contando tempo de namoro e casamento. Visitou Cuba oito vezes, devido a assuntos ligados à educação, e tornou-se fã de Amsterdã.
Internado após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral), morreu na terça (4), aos 66 anos. Deixa Maria Isolda e os filhos, Juliana e Rafael.
O professor foi enterrado em sua terra natal, Cerqueira César (SP), ao lado dos pais.