Folha de S. Paulo


Haddad diz que a dívida de SP com a União pode ser zerada até 2030

Após o Senado aprovar o projeto que dá desconto nas dívidas de Estados e Municípios com a União, o prefeito Fernando Haddad (PT) estima que a dívida da cidade com o governo federal seja zerada em 2030.

Em entrevista à "Rádio Estadão" nesta quinta-feira (6), Haddad diz que a dívida que hoje é de R$ 57 bilhões vai cair gradualmente a cada ano. Segundo Haddad, em 2000, quando a cidade assinou contrato com a União, a capital tinha uma dívida de R$ 11,3 bilhões. "A negociação da dívida não previa uma mudança de cenário econômico. Nós devíamos R$ 10 bilhões, pagamos R$ 20 bilhões e hoje a dívida é de quase R$ 60 bilhões", comentou.

Haddad diz que desta maneira a dívida era "impagável" e que ao trocar o indexador da dívida permite que a cidade volte a investir e crescer. "Acredito que o que o Senado aprovou é uma questão de justiça com o povo trabalhador de São Paulo", diz.

Com a mudança aprovada no Congresso, o saldo das dívidas passará a ser corrigido pela variação do IPCA, o índice oficial da inflação, mais 4% ao ano, ou pela taxa básica de juros definida pelo Banco Central, o que for menor. Atualmente, esses débitos são corrigidos pelo IGP-DI mais juros de 6% a 9%.

Editoria de Arte/Folhapress

O prefeito diz que no começo da gestão defendia três providências para melhorar São Paulo. Entre elas, o Plano Diretor de 20 anos, aprovado pela Câmara, e a adesão total ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). "Estamos com convênios na ordem de R$ 14 bilhões com a União para licitar e dar início as obras", diz. Segundo ele, a renegociação da dívida era o item que faltava.

"A cidade estava sem horizonte e capacidade de crescimento. Agora, nos próximos 15 anos não vamos ver a dívida crescer, mas o o oposto do que aconteceu nos últimos anos", afirmou em entrevista à rádio. Apesar de São Paulo ser a principal cidade beneficiada, ele ressaltou que o projeto, que vai agora para a sanção da presidente Dilma Rousseff, vai ajudar no desenvolvimento de outras cidades e Estados.

Sergio Lima/Folhapress
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad e o governador do RS, Tarso Genro, acompanham sessão de votação da renegociação das dívidas dos Estados
Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e governador do RS, Tarso Genro, acompanham sessão

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