Folha de S. Paulo


Guardas municipais protestam e fazem paralisação de 24 horas no Rio

Às vésperas das eleições, os guardas municipais do Rio fazem paralisação de 24 horas até a meia-noite desta sexta-feira (3) para reivindicar o uso de arma de fogo e curso preparatório de segurança. Mais cedo, cerca de 500 guardas caminharam em passeata do Batalhão da Guarda, em São Cristóvão (zona norte) até a prefeitura da cidade (no centro).

A categoria diz que um representante da secretaria da Casa Civil afirmou, quando a passeata chegou à prefeitura, eles que "não haveria nenhuma negociação com a categoria". A Folha entrou em contato com a prefeitura, mas não obteve retorno.

Segundo o Sisep-Rio (Sindicato dos Servidores Públicos do Município do Rio), as reivindicações não são salariais, mas por melhores condições de trabalho.

O advogado do sindicato, Frederico Sanches, um dos coordenadores do movimento grevista, disse que a categoria vê o uso de armas de fogo como uma forma de garantir maior proteção aos profissionais e à sociedade. Ele explicou que a medida está prevista no Artigo 16 da Lei 13.022, de agosto de 2014, segundo o qual "aos guardas municipais é autorizado o porte de arma de fogo".

"Se nem mesmo o guarda tem segurança, como ele vai proteger o cidadão? Queremos treinamento com esses equipamentos de proteção para atuar nas Olimpíadas de 2016. Também reivindicamos o fim da militarização dentro da guarda e a implantação do 'botão do pânico' contra a violência doméstica, já usado em Vitória (ES), em que a vítima aciona o guarda quando se sente ameaçada", disse Sanches à Folha.

O advogado afirmou que a greve termina à meia-noite de hoje. No próximo dia 10 acontece uma nova assembleia na praça da Central do Brasil, no centro, para definir se haverá nova paralisação, só que desta vez por tempo indeterminado.


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