Folha de S. Paulo


Após ataque, empresas recolhem ônibus em São Luís

O incêndio a dois ônibus, em mais uma onda de ataques, levou empresas do transporte coletivo de São Luís, no Maranhão, a recolher todos os veículos no pátio na tarde desta quarta-feira (1º). Segundo o sindicato dos empresários do setor, a medida afeta 300 mil passageiros da região metropolitana.

É o segundo ataque a ônibus na capital em menos de um mês. Na última ação, 17 veículos foram incendiados em três dias.

Em ambos os casos, a suspeita da Polícia Militar é que a ordem para incendiar os veículos tenha partido de detentos do complexo prisional de Pedrinhas. As ações seriam uma represália ao reforço da segurança dentro da prisão diante das fugas e motins constantes.

Os dois últimos incêndios a ônibus ocorreram no final da manhã. Segundo a polícia, um veículo foi totalmente queimado no bairro Recanto dos Vinhais. Relato de testemunhas aponta que três criminosos ordenaram que os passageiros descessem da condução e atearam fogo ao ônibus.

Já no bairro Piquizeiro, três vândalos chegaram a atear fogo nas poltronas de outro ônibus, mas testemunhas conseguiram conter as chamas.

Com a notícia de mais veículos destruídos, o sindicato que representa as empresas de ônibus, em conjunto com o sindicato dos trabalhadores, anunciou o recolhimento da frota a partir das 15h.

No terminal Praia Grande, o movimento no início da noite era fraco para o horário.

"Cheguei aqui há uma hora e pouco e nada", disse a repositora de supermercado Luciane Oliveira, 29. Ela decidiu aguardar uma amiga no terminal para juntas pegarem uma lotação para casa, no bairro Anjo da Guarda.

Já a funcionária pública Maria José Moreira Oliveira, 52, e o pintor Dino Ribeiro, 59, se encontraram no ponto e, ao serem informados da paralisação, resolveram caminhar.

Os dois andaram cerca de 30 minutos. Depois disso, ele encontrou um ônibus que passava perto de sua casa e ela precisou tomar um ônibus extra no terminal.

O professor Eric Willian Carvalho, 28, esperou meia hora no ponto em frente ao shopping pelo ônibus que o levaria para casa. Sem sorte, decidiu pegar um ônibus até o centro, em busca de outra condução, mas não conseguiu. Teve seguir o trajeto a pé até o bairro São Francisco.

Apesar da decisão de retirar os coletivos das ruas, a reportagem viu ônibus da viação Primor circulando nas ruas e no terminal da cidade por volta de 18h.


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