Folha de S. Paulo


Estado inaugura Etec e Fatec sob protesto de professores em SP

O governo do Estado de São Paulo inaugurou nesta segunda-feira (17) a Etec e a Fatec Sebrae, no Campos Elíseos, na região central de São Paulo sob protesto de professores e funcionários das duas unidades. Os docentes e servidores estão em greve há um mês e reivindicam um plano de carreira para a categoria.

O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) havia confirmado a participação na cerimônia, porém em cima da hora cancelou a presença no evento. Mesmo sem o governador, os professores gritavam: "professores na rua, Alckmin a culpa é sua!".

A manifestação começou justamente quando o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Rodrigo Garcia, discursava. A Fatec e a Etec são geridas pela pasta.

Assessores do Palácio dos Bandeirantes ficaram assustados com o protesto e o coro dos manifestante por algumas vezes ultrapassou o volume da voz de Garcia que falava ao microfone. No púlpito, o secretário tentou amenizar o ato dizendo que o governo do Estado já havia encaminhado a proposta do plano de carreira para a Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).

César Rosati/Folhapress
Professores e funcionários da Fatec e da Etec protestam durante evento do governo do Estado
Professores e funcionários da Fatec e da Etec protestam durante evento do governo do Estado

Em entrevista coletiva, o secretário disse que a negociação do plano de carreira já foi feita e está na Assembleia aguardando votação. "No nosso entendimento nós conseguimos com esse plano de carreira, que está na Assembleia sendo discutido pelos deputados e que pedimos que seja votado até o final deste mês de março, um avanço nas carreiras dos professores. Não só um aumento salarial para este ano de 2014, mas principalmente uma perspectiva de futuro", disse Garcia.

A professora e membro do comando estadual de greve Sirlene Maciel contesta a versão apresentada pelo secretário. De acordo com ela, o plano de carreira que está na Assembleia não é o mesmo que havia sido acordado com os professores e funcionários da Etec e da Fatec. Para ela, o que será votado é um reajuste salarial.

"O plano já entrou na Alesp, então nós fomos lá e apresentamos emendas como a elevação do auxílio maternidade para 180 dias, plano de saúde, não só o reajuste salarial. Aumento de salário não precisa passar pela Assembleia", disse a professora. Segundo ela, na quarta-feira haverá uma manifestação em frente a Alesp às 14h.

A greve dos professores das Etecs e Fatecs já dura 30 dias, e foi aderida por 40% da categoria, segundo os grevistas. Já o Centro Paula Souza, que administra as instituições, diz que cerca de 9% dos funcionários apoiaram a paralisação.

Ainda segundo o Paula Souza, as aulas perdidas por conta da greve serão repostas.


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