Folha de S. Paulo


Após manifestação no centro do Rio, garis continuam em greve

Cerca de 300 garis participaram de uma manifestação pelo aumento salarial da categoria, nesta quinta-feira, no Rio. Apesar do protesto, não houve acordo com a prefeitura e os funcionários da Comlurb continuam em greve.

Enquanto isso, montanhas de lixo se acumulam por toda a cidade e a chuva preocupa moradores e comerciantes, que temem enchentes por conta de bueiros entupidos.

Também participaram da manifestação grupos de partidos políticos como Partido da República (PR) e Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) - com o presidente regional Cyro Garcia, além de professores da rede pública de ensino.

Os manifestantes iniciaram o protesto na sede da Comlurb, na Tijuca (zona norte), por volta das 10h, caminharam até a prefeitura e dispersaram na avenida Rio Branco, no centro, às 16h30.

Após a passagem dos garis, a avenida Rio Branco voltou a ser liberada, no sentido praça Mauá, zona portuária. O grupo marcou outro protesto, desta vez uniformizados, para esta sexta (7), em frente à prefeitura, às 10h.

Os garis pedem aumento salarial de R$ 803 para R$ 1.200, mais 40% de insalubridade. Eles dizem que a paralisação continua até conseguirem uma negociação com a prefeitura.

INTERESSES POLÍTICOS

Um dos líderes da greve dos garis, Célio Viana, 48, admitiu mais cedo ser filiado ao PR. Apesar de ter sido candidato a vereador em 2012, ele disse que seu apoio não é de interesse político.

Na cédula eleitoral, Viana se apresenta como Célio Gari e usa o mesmo nome na rede social, onde posa numa foto postada em fevereiro ao lado de Garotinho. Em entrevista à Folha nesta quinta-feira, no entanto, Célio Viana afirmou ter encontrado Garotinho pela última vez apenas há dois anos.

" Não existe interesse político aqui", disse.

Osvaldo Praddo/Agência O Dia
Garis são escoltados por guardas municipais para fazerem a coleta de lixo, em Botafogo, na madrugada de quinta-feira
Garis são escoltados por guardas municipais para fazerem a coleta de lixo, em Botafogo, na madrugada de quinta-feira

RENATO SORRISO APOIA GREVE

No sétimo dia consecutivo de paralisação, o gari mais famoso do Carnaval carioca apareceu na manifestação e disse que aderiu ao movimento. Há 18 anos na profissão de gari, Renato Sorriso, 49, disse que apoia a greve. Policiais militares do Batalhão de Choque estiveram no local e acompanharam o grupo até o centro.

Os manifestantes gritavam palavras de ordem como "Prefeito incompetente, não somos delinquentes. Ooou, o gari acordou".


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