Um grupo com cerca de 100 garis fechou na tarde desta terça-feira (4) uma das pistas da avenida Vieira Souto, em Ipanema, um dos principais cartões postais da cidade.
Ele protestam contra o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e tentam impedir que outros profissionais da companhia limpeza urbana da cidade –a Comlurb– continuem a limpar as ruas do bairro.
Policiais do Batalhão de Choque da PM acompanham a movimentação no local.
Como a outra pista da via já estava fechada por causa do feriado, o trânsito na praia de Ipanema parou.
Bruna Fantti/Folhapress | ||
Garis em greve bloquearam o trânsito na avenida Vieira Souto, em Ipanema, nesta terça (4) |
Em frente a cada hotel da orla, o grupo parou e gritou palavras de ordem contra os diretores da Comlurb e o prefeito.
Em greve há quatro dias, o grupo de garis iniciou um protesto na Central do Brasil pela manhã e seguiu pela avenida Presidente Vargas até a sede do governo.
Com a paralisação, as ruas do centro do Rio estão bastante sujas desde domingo. A região é a que mais concentra foliões no Carnaval.
Nesta manhã, o lixo tomou conta das ruas da zona sul, a área preferida pelos turistas.
DEMISSÃO
No início da manhã, a Comlurb, companhia de limpeza urbana do Rio, comunicou a demissão de 300 funcionários que deveriam ter voltado ao trabalho no turno da noite de ontem.
Um acordo firmado entre a Comlurb e o sindicato da categoria estabeleceu um reajuste de 9% para os 15.000 garis da cidade. Após a negociação do aumento na tarde de ontem, a Comlurb exigiu que os funcionários voltassem imediatamente ao trabalho.
Mesmo assim, a empresa detectou faltas de 300 garis no turno da noite de segunda-feira. Todos serão demitidos.
"É uma forma de intimidação, isso é boato, ninguém foi demitido. E por que seriam só 300? São milhares em greve. Não faz sentido", afirmou William Oliveira, um dos integrantes do movimento grevista.
Em entrevista a rádio CBN, o presidente da Comlurb, Vinícius Roriz, informou que as faltas de hoje também já estão sendo levantadas e novas demissões serão anunciadas em breve.
Iniciada na última sexta-feira (28), a paralisação está sendo conduzida por um grupo de dissidentes, que reivindica aumento do salário base de R$ 800 para R$ 1200, além do pagamento integral das horas extras nos fins de semana.
O sindicato da categoria –que negociou o reajuste de 9% com a prefeitura– não aprovou a paralisação durante o carnaval.
Um grupo de garis, no entanto, decidiu confrontar a decisão do sindicato e planejou a interrupção dos serviços em pontos cruciais do carnaval carioca. A estratégia foi suspender a limpeza, principalmente, em áreas que concentram atividades ligadas ao carnaval.