Folha de S. Paulo


Em campanha por aumento, garis voltam a protestar no centro do Rio

Um grupo de cerca de 200 garis protestou na tarde deste domingo na avenida Presidente Vargas, no centro do Rio. Desde sexta-feira, uma parcela dos garis a serviço da prefeitura decidiu entrar em greve. No sábado, eles organizaram uma manifestação, próximo à sede do governo, que acabou em confronto com a Polícia Militar. Já a mobilização de hoje transcorreu de forma pacífica.

O ato começou diante da sede da prefeitura, situada nas proximidades do sambódromo do Rio. De lá, o grupo seguiu pela avenida Presidente Vargas até a avenida Rio Branco. A mobilização acabou pouco depois das 16h.

Em votação no local, os grevistas decidiram seguir com a greve e marcaram uma outra manifestação para amanhã, às 10h, em frente à Central do Brasil.

"Esperamos ser recebidos por algum representante da prefeitura. Até lá, a greve vai continuar", disse Célio Viana, 48, um dos garis da comissão responsável pela paralisação.

Roberto Alves
A Cinelândia, no centro do Rio, foi um dos locais que amanheceu repletas de lixo após desfile de blocos
A Cinelândia, no centro do Rio, foi um dos locais que amanheceu repletas de lixo após desfile de blocos

No sábado, cerca de 500 garis entraram em confronto com a Polícia Militar nos arredores do sambódromo. Dezenas de ruas do centro do Rio amanheceram cheias de lixo neste domingo. Palco do desfile do Cordão da Bola Preta no sábado, a avenida Rio Branco acumulava sujeira em toda a sua extensão.

A coleta de lixo teve início na avenida Rio Branco a partir das 10h. Os garis disseram que foram buscados em casa pela direção da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana).

Eles reivindicam o aumento de benefícios, além do pagamento integral das horas extras nos fins de semana. Líder do movimento afirmam que 70% dos garis aderiram a paralisação no sábado.

Ontem, o Sindicato de Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio informou que a categoria não está em greve. O sindicato reafirmou que mantém negociação com a prefeitura.

Em nota, a Comlurb informou que "alguns pontos da cidade sofreram interferência de membros de um grupo de grevistas sem representatividade nem ligação com sindicato reconhecido da categoria e com movimento considerado ilegal pela Justiça do Trabalho, o que dificultou e atrasou a realização dos serviços nestes locais.

Segundo a Comlurb, a empresa mantém a rotina especial de limpeza programada para o período de Carnaval.

Ontem, a desembargadora Rosana Salim Villela Travesedo, do TRT-RJ (Tribunal Regional do Trabalho do Estado do Rio de Janeiro), declarou a "abusividade e ilegalidade" de qualquer movimento de paralisação dos garis vinculados à Comlurb.

Na sentença, a juíza destaca que o "movimento paredista" ocorre no curso da negociação do dissídio coletivo de 2014 da categoria. Rosana Travesedo determinou a imediata suspensão do movimento, de forma a garantir o funcionamento dos serviços essenciais de coleta e disposição do lixo domiciliar e urbano, "sob pena de multa diária no caso de descumprimento". A multa tem valor de R$ 25 mil.


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