Folha de S. Paulo


Inundação no Espírito Santo é 'absurda', afirma Dilma

Após um sobrevoo nesta terça-feira (24) por áreas atingidas por enchentes no Espírito Santo, a presidente Dilma Rousseff classificou a situação no Estado como "absurda".

"Eu vi em alguns Estados situações de alagamento fantásticas, vi isso no Maranhão, mas aqui vi uma quantidade de água absurda, é impressionante", disse a presidente, que sobrevoou no final da manhã por cerca de 40 minutos áreas mais afetadas na Grande Vitória.

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Espírito Santo enfrenta a maior chuva da história, afirma governo

Roberto Stuckert Filho/PR
Presidente Dilma sobrevoa as principais áreas atingidas pela chuva no Espírito Santo; Estado já registrou dez mortes
Presidente Dilma sobrevoa as principais áreas atingidas pela chuva no Espírito Santo; Estado já registrou dez mortes

O próprio governo do Espírito Santo informou nesta terça-feira que a chuva registrada neste mês no Estado já é a maior de sua história desde o início das medições, há 90 anos.

Pelos dados de 15h desta terça, houve 14 mortes em dezembro em decorrência dos temporais no Estado e ao menos 49 mil pessoas tiveram de deixar suas casas –cerca de 10% ficaram desabrigadas (em abrigos) e 90%, desalojadas (em casas de amigos e parentes).

Em entrevista, a presidente enumerou ações federais para prevenção e atendimento a atingidos. Disse ter repassado "todos os dinheiros disponíveis" ao Estado.

"O governo federal não regateia [pechincha] em caso de desastres naturais", afirmou Dilma. Segundo ela, as prioridades nas ações para a região são redução de mortes, recuperação das condições de vida dos atingidos e atividades de prevenção.

"Não sabíamos que ia dar um desastre nessa escala, não e previsível, mas já que aconteceu, agora vamos usar isso como forma de prever e planejar e impedir que volte a acontecer", disse.

Embora os casos mais graves de inundações e deslizamentos tenham sido registrados no interior do Estado, o voo de helicóptero da presidente se restringiu a áreas da região metropolitana de Vitória -segundo Dilma, por falta de condições climáticas para voos mais longos.

"A hora que eu tentei [chegar a outras áreas] chegava até um lugar e não dava mais para ir, de tão baixo que estava o teto", afirmou.

O governador Renato Casagrande (PSB) afirmou se tratar do "evento climático mais extremo" da história do ES, e elogiou as ações de solidariedade em curso no Estado.

PRIMEIRA VISITA

Foi a primeira visita de Dilma ao Espírito Santo desde que assumiu o cargo, em 2011. Questionada em entrevista sobre a razão da demora, citou "outras atribuições" e disse que gostaria de ter feito a visita antes.

"É verdade [primeira vista ao Estado], agora ela [visita] é especial, porque duvido que algum presidente esteve aqui no dia de Natal. Eu estou aqui no dia de Natal", afirmou a presidente, que voltou a Brasília no início da tarde.

Como o tempo continuava chuvoso no Estado, ainda havia risco de novas inundações e deslizamentos de terra na região serrana e no entorno de cidades como Linhares e Colatina, onde o rio Doce está acima do patamar de inundação. Em Colatina, por exemplo, o nível do rio às 12h já atingia 8,8 metros, mais de três metros acima da cota de inundação, de 5,2 metros.


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