Folha de S. Paulo


Viação não informa paradeiro das vítimas de acidente na Régis, reclamam parentes

Familiares reclamam da falta de informações sobre a localização e o estado de saúde dos passageiros do ônibus que se acidentou na rodovia Régis Bittencourt, na madrugada deste domingo (22), deixando 15 mortos e dezenas de feridos.

O vendedor Danilo dos Anjos, 35, recebeu um telefonema de uma tia informando, por volta das 16h30, que a mãe dele, Justa Lindamir dos Anjos, 54, morreu logo após o acidente, ocorrido às 2h da manhã.

Ao lado de Danilo, estava Glicerio Moro, gerente da viação Nossa Senhora da Penha, proprietária do ônibus, que dizia não poder confirmar a informação. "Tenho que aguardar a ligação do IML (Instituto Médico-Legal) de São Paulo", disse Moro.

Morador de Jacarepaguá, zona oeste do Rio, Danilo estava há um ano sem ver a mãe, residente em Curitiba. Ela vinha ao Rio para passar o Natal com o filho e outros parentes.

Aos prantos, Danilo afirmava querer viajar a São Paulo para reconhecer o corpo de Justa ainda neste domingo. Moro garantia que a viação custearia a passagem de avião.

Ele chegou à rodoviária Novo Rio às 8h30, uma hora antes do horário previsto para o desembarque dos passageiros do ônibus da viação Nossa Senhora da Penha, vindo da capital paranaense.

"A empresa [viação Nossa Senhora da Penha] está deixando os familiares ao deus-dará", reclamava outra familiar, Joyce Bittencourt, à espera de informações sobre seu irmão e seu sobrinho.

Por volta das 17h, os parentes foram transferidos do guichê da viação para um sala reservada na rodoviária. Um ônibus trazendo de 12 a 15 sobreviventes do desastre deve chegar ao Rio de Janeiro por volta das 21h.

SÃO PAULO

Na Grande São Paulo, a aflição dos parentes dos acidentados é parecida. Familiares dos 12 feridos encaminhados ao Hospital Geral de Itapecerica da Serra se angustiam à espera de informações e providências da empresa.

Um dos parentes é Paulo Sérgio Gomes Leal, cujos pais e o sobrinho estavam no ônibus. Após horas procurando notícias, soube que a mãe estava no hospital e que o pai havia morrido. Até as 19h, ele ainda não sabia o paradeiro do sobrinho.

Segundo familiares, a viação Nossa Senhora da Penha se ofereceu a pagar traslados e a hospedagem dos familiares e a acompanhar os parentes à delegacia e ao IML, se necessário. Representantes da empresa presentes no hospital de Itapecerica da Serra não quiseram falar com a reportagem.


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