Folha de S. Paulo


Motorista avança com carro em cima de alunos que fechavam entrada da USP

Um motorista furou o bloqueio e jogou o veículo na direção dos estudantes da USP (Universidade de São Paulo) que protestavam na manhã desta sexta-feira (18) no campus da Cidade Universitária, na zona oeste da capital paulista.

Por volta das 10h, um motorista não identificado se aproximou do local em uma Meriva prata. Ele pediu para que os estudantes abrissem passagem, o que não ocorreu.

O homem então acelerou o carro e forçou a entrada. Estudantes tentaram impedi-lo bloqueando e chutando o veículo.

Uma estudante de letras identificada como Carolina subiu no capô do carro e foi carregada por alguns metros. Segundo um dos diretores do DCE (Diretório Central dos Estudantes), Matheus Trevisan, a jovem não ficou ferida.

O motorista chegou a reclamar para policiais militares que seu carro foi danificado. Os PMs disseram que ele mesmo guiou o veículo contra a manifestação e não poderiam fazer nada
contra os estudantes.

Os motoristas que passavam pelo local eram orientados a usar outros acessos para entrar na universidade. O ato foi pacífico e terminou por volta das 11h.

NEGOCIAÇÃO

Os alunos, que fechavam os portões 1 e 3 desde as 6h50, encerraram o protesto às 11h. Segundo os estudantes, ao menos 300 pessoas participam do ato.

A diretora do DCE, Luisa D´Avola, diz que durante toda a manifestação os estudantes entraram em contato com a reitoria na tentativa de uma negociação. "Não tivemos nenhuma resposta. Sinalizaram que pode haver uma reunião no próximo dia 25, mas queremos antecipar", conta Luisa.

Luisa diz que os alunos que estão acampados na reitoria também pede a volta da luz e da água, que foram cortadas. "Sabemos que o protesto causa transtornos, mas ele só ocorre porque não temos uma resposta da reitoria".

O protesto é uma forma que os estudantes, em greve há 16 dias, utilizam para pressionar o reitor João Grandino Rodas a atender suas reivindicações, como eleições diretas para reitor e o fim do convênio da USP com a Polícia Militar.

A PM acompanhou de longe o protesto. Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa da USP ainda não se manifestou sobre o assunto.


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