Folha de S. Paulo


Criminosos invadem casa, torturam e esfaqueiam boliviano em SP

Após três meses do assassinato do menino Brayan Yanarico Capcha, criminosos voltaram a extorquir bolivianos em São Paulo. Na noite dessa quarta-feira (4), cinco bandidos esfaquearam um homem após ele entregar R$ 150 e se recusar a dar a chave do carro.

O crime aconteceu na rua Madre de Deus, na Mooca, zona leste de São Paulo. De acordo com a Polícia Militar, o boliviano Renê Flores, 28, chegava em um Fiat Palio em casa quando foi rendido pelos bandidos, por volta das 22h30. Após abordar a vítima, a quadrilha invadiu a casa onde ele mora com outros 15 bolivianos.

Segundo a polícia, durante o roubo apenas um morador estava acordado e também foi rendido. Os ladrões fugiram sem levar o carro da vítima.

O boliviano levou cinco facadas e precisou ser internado no Hospital João 23. Ele não corre risco de morte, segundo a polícia.

A polícia fez buscas na região, mas nenhum suspeito foi preso. O caso foi registrado no 56º Distrito Policial (Vila Alpina).

CASO BRAYAN

Em junho, o boliviano Brayan Yanarico Capcha, 5, foi morto com um tiro na cabeça, nos braços da mãe, durante roubo à sua casa, na região de São Mateus, na zona leste, em junho deste ano.

A mãe de Brayan, a costureira Veronica Capcha Mamani, 24, disse que os ladrões, insatisfeitos com os R$ 4.500 entregues, ameaçaram os moradores e se irritaram com o choro do menino.

"Me ajoelhei, abraçada ao meu filho. Meu filho dizia 'não me mate, não mate minha mãe'. Mesmo assim, ele atirou", contou Veronica. Antes, diz ela, o menino pediu: "Mãe, me esconde".

O menino foi levado ao pronto-socorro do Hospital São Mateus pelos pais, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Na época duas pessoas foram presas acusadas de participar do assalto. Paulo Ricardo Martins e Felipe dos Santos Lima, no entanto, foram assassinados dentro do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Santo André, na Grande São Paulo, para onde foram levados.

Segundo funcionários do sistema prisional, ambos foram envenenados com o coquetel da morte. Trata-se de uma mistura de cocaína, viagra, água e até creolina.

Diego Rocha Freitas Campos, apontado pelos investigadores como o autor do disparo que matou o menino boliviano, e Wesley Soares Pedroso,19, continuam foragidos.


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