Folha de S. Paulo


Motoristas usam vans para interromper o trânsito no viaduto do Chá

Um protesto de motoristas de vans escolares interrompeu o trânsito no Viaduto do Chá, no centro de São Paulo, nesta quinta-feira. Eles estacionaram os veículos na rua, impedindo a passagem de outros carros. Segundo os organizadores, 1.100 vans participam do protesto. A Polícia Militar diz que são 100 veículos.

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) disse que eles também fecharam a rua Líbero Badaró.

O protesto prejudicou ao menos 30 mil alunos da rede municipal de ensino, segundo o presidente da Artesul (Associação Regional de Transporte Escolar de São Paulo), Hélio Menezes. As zonas norte e oeste foram as mais prejudicadas, disse ele.

No total, 2.012 vans transportam mais de 70 mil alunos na cidade.

Os números apresentados por Menezes contrastam com um balanço divulgado pela Secretaria Municipal de Educação. De acordo com o levantamento feito junto às Diretorias Regionais de Educação, das 1.983 peruas escolares de São Paulo, 178 pararam. Juntas essas vans transportam 3.560 crianças.

Mais cedo, o grupo interrompeu também faixas das avenidas Radial Leste, 23 de Maio e Paulista.

A prefeitura aceitou receber uma comissão de representantes dos motoristas para negociar. Eles pedem um reajuste salarial de 50%. A prefeitura afirma que deu um aumento de 15% em maio deste ano.

"Queremos um reequilíbrio econômico-financeiro. Os custos são muito altos perto do que ganhamos", disse Menezes.

Segundo Menezes, os motoristas ganham de R$ 3 mil a R$ 8 mil reais por mês. Os gastos variam entre R$ 6 mil e R$ 8 mil.

Para o presidente da Artesul, o valor repassado por aluno pela prefeitura é muito baixo. "Ganhamos R$36,88 por aluno transportado e R$ 0,25 por quilômetro rodado. Queremos receber R$ 80 por aluno no mínimo", disse.

Hoje, os perueiros recebem também um repasse da prefeitura de R$ 1.700 a R$ 2.800 fixos (dependendo do tamanho do carro). Eles querem mais R$ 3.000 no valor fixo e R$ 1,75 no quilômetro rodado.

Por meio de nota, a Prefeitura de São Paulo disse que vem mantendo um diálogo com as empresas, cooperativas e profissionais autônomos contratados para o Transporte Escolar Gratuito de estudantes.

Em maio, o secretário dos Transportes, Jilmar Tatto, disse que a gestão estudava abrir uma licitação para reformular o serviço.


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