Folha de S. Paulo


Manifestantes atacam sede do governo do Piauí em Teresina

O protesto desta sexta-feira em Teresina registrou momentos de tensão após manifestantes atacarem o Palácio de Karnak, sede do governo do Estado.

Cerca de 500 manifestantes participaram do ato na capital do Piauí, e um pequeno grupo se dirigiu ao final até a sede do governo. Os manifestantes não tem uma pauta clara de reivindicações.

Alguns chegaram a atirar pedras e pneus queimados contra o palácio. A cavalaria da Polícia Militar se posicionou em frente ao prédio.

Pouco tempo depois, um pequeno grupo voltou a atirar pedras e até uma bomba de fabricação caseira contra os policiais, segundo o Centro de Operações da Polícia Militar.

Objetos atirados contra os fios de energia causaram um curto-circuito e a região do palácio ficou sem luz. Os manifestantes acabaram se dispersando por volta das 21h30, sem necessidade de repressão policial.

PROTESTOS

Mesmo após a redução em série das tarifas de ônibus, principal reivindicação dos protestos que tomaram conta do país, novos atos levaram mais de 1 milhão de pessoas às ruas em cerca de cem cidades. Hoje há previsão de atoes em cerca de 60 municípios.

No 14° dia de manifestações, cenas de violência e vandalismo foram registradas em 13 das 25 capitais, que tiveram protestos. Ocorreram ataques ou tentativas de invasão a órgãos dos Três Poderes em nove cidades. Ações de repúdio a partidos políticos foram recorrentes.

Em Brasília, que contabilizou mais de 50 feridos, um grupo quebrou os vidros do Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores e houve princípio de incêndio. Dois ministérios foram pichados, e o Banco Central teve vidraça danificada.

"Foi um ato de vandalismo que não pode se repetir. Eu conclamaria a todos os manifestantes que observassem a calma e que respeitassem o patrimônio da nação", disse o chanceler Antonio Patriota à rádio CBN. "Fiquei muito indignado com o que ocorreu."

No Rio, o protesto reuni 300 mil pessoas e terminou num grande confronto que se espalhou pelo centro e terminou com mais de 60 feridos. Agressores chegaram a atacar um veículo blindado da Polícia Militar, conhecido como "caveirão".

Em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), pelo menos 25 mil pessoas foram às ruas na quinta-feira (20) para protestar. O estudante Marcos Delefrate, 18, morreu após ser atropelado por um carro que furava um bloqueio de manifestantes --a primeira morte desde que começou a escalada de protestos, há duas semanas. Outras três pessoas ficaram feridas, uma delas em estado grave. O motorista está foragido.

Em São Paulo, a comemoração pela redução da tarifa, de R$ 3,20 para R$ 3, foi marcada por hostilidades de manifestantes contra membros de partidos políticos como PT, PSOL e PSTU. A multidão gritava "fora, partidos, vocês querem o povo dividido". Os petistas, o maior grupo, deixaram o ato.

O Movimento Passe Livre (MPL) emitiu nota no início da madrugada desta sexta-feira em repúdio aos atos de violência contra partidos políticos durante as manifestações. Às 20h, mais de 110 mil pessoas se reuniam na avenida Paulista, segundo o Datafolha.

Petistas foram expulsos do ato, que reuniu 110 mil pessoas às 20h, segundo o Datafolha.


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