Folha de S. Paulo


Itamaraty vira alvo de manifestantes radicais em Brasília

O Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, se transformou no novo alvo da ala radical dos manifestantes que protestam em Brasília.

O prédio, um dos principais monumentos da capital federal, tem toda sua fachada construída em vidro. Os manifestantes conseguiram quebrar parte das vidraças.

Um princípio de incêndio foi gerado depois que manifestantes lançaram coqueteis molotov contra o prédio. Policiais conseguiram conter o fogo.

Os manifestantes migraram para o Itamaraty depois que policiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo contra a multidão de 30 mil pessoas que protestavam em frente ao Congresso. Eles conseguiram, então, tomar a ponte que liga a pista da Esplanada ao prédio do Itamaraty.

Os policiais só conseguiram recuperar o controle sobre parte da ponte depois do arremesso de coqueteis molotov. Alguns manifestantes caíram no espelho d'água que circunda o Itamaraty.

A maioria dos manifestantes segue criticando as tentativas de vandalismo.

O deputado André Vargas (PT-PR), presidente interino da Câmara, criticou a violência de parte dos manifestantes em Brasília que tentaram invadir o Itamaraty:

"É lamentável, em todos os aspectos. A polícia só reagiu para evitar a depredação do patrimônio público. O cometimento de crime tem que ter punição."

CONGRESSO NACIONAL

Policiais militares que protegem o Congresso Nacional, em Brasília, arremessaram pelo menos dez bombas de gás lacrimogêneo no meio da multidão de 30 mil pessoas que participava do protesto em frente ao Legislativo. As bombas foram lançadas contra o grupo de manifestantes que agia pacificamente.

Pouco antes, um grupo mais radical lançava bombas contra os policiais. Essas bombas não provocaram ferimentos, já que elas se limitam a fazer um forte estrondo.

Com a ação da PM, a multidão se dispersou e agora começa a se concentrar em outros dois prédios públicos. Um grupo já tomou controle da ponte que liga a pista da Esplanada ao Palácio do Itamaraty. Um pequeno cordão policial tenta impedir a entrada dos manifestantes no palácio, que é a sede do Ministério das Relações Exteriores.

Do outro lado da Esplanada, um grupo se concentra em frente ao Ministério da Justiça. No gramado do Congresso, há pelo menos quatro focos de fogo, provocado por fogueiras improvisadas pelos manifestantes com a queima de cartazes.

O clima geral entre os manifestantes é de raiva contra a ação da polícia. Antes do lançamento das bombas de gás, a maioria dos manifestantes vaiava a ação dos radicais. Um grupo chegou a se sentar no chão, em protesto contra os que provocavam os policiais.

Um manifestante foi encontrado já nas dependências da Câmara. Ele está sendo assistido por quatro defensores públicos. Ele deverá prestar depoimento e será liberado.


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