Folha de S. Paulo


PM diz que não impedirá novo fechamento das pontes em Florianópolis

O comando da Polícia Militar em Santa Catarina informou que não impedirá a interdição das pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles, únicos acessos à parte insular de Florianópolis, no protesto marcado para a noite desta quinta-feira (20).

"Sabemos que as pontes são um ponto vital, a única entrada por terra da cidade. Mas se 10 mil pessoas ou mais entenderem que ela deve ser fechada, não vamos impedir. Nosso objetivo é dar proteção ao manifestante", disse a coronel Claudete Lehmkuhl, porta-voz da corporação.

A Frente de Luta pelo Transporte, que organiza o protesto, não definiu o trajeto da marcha, nem anunciou se tem intenção de fechar as pontes. A concentração será as 18h no terminal do centro da cidade.

Até as 11h desta quinta, 45 mil pessoas confirmaram, via internet, presença na manifestação, na qual pedirão "um transporte público de qualidade, passe livre para estudantes e menos repressão policial" no país.

Por causa da possibilidade de as pontes serem fechadas, algumas escolas e universidades de Florianópolis dispensaram as turmas da noite, e o sistema de transporte antecipou das 18h para as 17h a frota da volta para casa.

Segundo comunicado da PM, a decisão de não impedir os manifestantes foi tomada em conjunto por todas as forças de segurança do Estado. Em casos de urgência na travessia, a corporação disse que haverá embarcações dos bombeiros e aeronaves da polícia à disposição.

SIMBOLISMO

Na terça-feira (18), no primeiro ato na capital catarinense em apoio aos protestos no país, manifestantes fecharam as pontes das 20h30 às 21h30. Não houve confronto com a polícia.

Devido ao bloqueio, filas quilométricas se formaram na área insular e na parte continental de Florianópolis.

O fechamento das pontes é o objetivo da maioria dos grupos que protestam na capital catarinense.

Professores em greve, trabalhadores sem terra e índios já tentaram e não conseguiram fazê-lo --em alguns casos, a polícia negociou a ocupação da pista lateral.

Desde 2003, quando começaram os protestos anuais por um transporte público melhor na cidade, só houve um fechamento das pontes. Foi em 2004, quando estudantes guiados pelo Movimento Passe Livre bloquearam as passagens por 20 minutos após uma semana de confrontos com a polícia.


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