Folha de S. Paulo


PT pressiona prefeito Haddad para congelar a tarifa em SP

O PT tentou convencer o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a anunciar o congelamento do reajuste da tarifa de ônibus antes dos protestos desta semana do Movimento Passe Livre.

Na segunda-feira (17) pela manhã, depois que o secretário estadual da Segurança Pública, Fernando Grella, se reuniu com os manifestantes e indicou que a Polícia Militar acompanharia os protestos sem reprimi-los, lideranças petistas avaliaram que, se Haddad não atendesse o pleito do movimento, arcaria sozinho com o ônus das reivindicações.

Enquete: O movimento Passe Livre vai conseguir reduzir o preço das tarifas?

Segundo dirigentes do partido, o presidente estadual do PT, Edinho Silva, entrou em contato com Haddad para dizer que ele deveria anunciar, antes das manifestações programadas para as 17h de segunda, o congelamento do reajuste por 45 ou 60 dias e abrir negociações com o Passe Livre.

O dirigente procurou o secretário de Negócios Jurídicos de Haddad, Luiz Massonetto, para encaminhar a sugestão. O prefeito, naquele momento, estaria reunido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Por meio de um bilhete, Haddad respondeu que não concordava com a sugestão.

Ainda naquela tarde, o ex-presidente Lula divulgou nota sugerindo que o prefeito negociasse com os manifestantes. "Estou seguro, se bem conheço o prefeito Fernando Haddad, que ele é um homem de negociação. Tenho certeza que dentre os manifestantes, a maioria tem disposição de ajudar a construir uma solução para o transporte urbano", dizia o texto.

Apesar de Haddad ter sinalizado nesta terça (18), após reunião com o Passe Livre no Conselho da Cidade, que poderia rever o reajuste das tarifas, petistas avaliam que um eventual anúncio da medida depois dos protestos seria inócuo, pois passaria a imagem de que o prefeito só agiu após pressão.

Procurado, o presidente do PT paulista negou que tenha tentado pressionar Haddad. Edinho Silva disse que o prefeito "acertou ao estabelecer diálogo com o movimento" e que confia em sua "capacidade de interlocução".


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