Folha de S. Paulo


Mortes de moradores de rua já somam 18 neste ano em BH

Com as duas últimas mortes registradas em Belo Horizonte na noite de segunda-feira (10) e madrugada desta terça-feira, sobe para 18 o número de moradores de rua assassinados na capital mineira neste ano, conforme acompanhamento do Centro Nacional de Defesa de Direitos Humanos da População de Rua.

Desde abril de 2011, quando o monitoramento passou a ser feito pelo centro, houve cem assassinatos de moradores de rua em Belo Horizonte, sendo 30 em 2011 e 52 em 2012. A prefeitura estima que cerca de 2.000 pessoas vivem nas ruas da capital.

"Considerando esse número, chegaremos ao impressionante dado de que 5% da população em situação de rua foi vítima de homicídio. Ou seja, 1 em cada 20 moradores de rua foi assassinado na cidade de Belo Horizonte nos últimos dois anos", informou o centro, em nota de repúdio.

O centro foi instituído pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República em 2009.

A coordenadora do Centro, Karina Alves, informou à Folha que não relacionou as mortes a uma ação "higienista". Contudo, a nota da entidade, divulgada no começo da noite, faz críticas à falta de uma política de atendimento social eficaz aos moradores de rua e afirma haver preocupação com a proximidade da Copa das Confederações, tendo em vista os constantes registros de ações tidas como "higienistas" por parte de agentes da prefeitura.

Segundo a nota, essas ações se dão com o recolhimento de pertences dos moradores de rua e com o derramamento de água nos locais onde eles costumam ficar.

A nota "conclama todas as entidades, movimentos sociais e populares, igrejas, comunidades de resistência, escolas, universidades" para protestar e exigir das autoridades o combate à violência contra os moradores de rua em Belo Horizonte.

A assessoria da prefeitura informou que em 28 de maio foi publicada uma resolução promovendo a "reestruturação" da secretaria executiva do Conselho Municipal de Assistência Social. A resolução prevê, entre uma série de medidas, a "ampliação da equipe técnica e da estrutura física [da área], de modo que ela possa responder à demanda crescente de trabalho".


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