Folha de S. Paulo


Bombeiros encontram corpos de três desaparecidos no porto do Amapá

Equipes do Corpo de Bombeiros do Amapá encontraram na manhã deste sábado os corpos de três trabalhadores que haviam desaparecido no rio Amazonas após o desmoronamento de um barranco no porto da mineradora Anglo American em Santana, a 20 km de Macapá.

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O acidente aconteceu na quinta-feira (28). No total, seis trabalhadores foram arrastados para dentro do rio Amazonas --três ainda estão desaparecidos. Instalações e equipamentos também foram levados para o fundo do rio. A área destruída foi estimada em 16.100 metros quadrados.

Segundo o coronel Ademar Rodrigues dos Anjos, dois corpos foram encontrados a mais de seis quilômetros do porto da Anglo. Eles estavam próximos de uma fazenda, no município de Santana. O terceiro corpo boiou na região do porto da mineradora. O militar não informou o horário exato dos resgates dos corpos.

Neste momento, conforme Rodrigues, os corpos estão sendo transportados para o Instituto Médico Legal de Santana. "Como a água do rio Amazonas é muito fria nesta região, os corpos estão preservados. Não haverá dificuldade para fazer o reconhecimento", afirmou.

Muitas famílias e curiosos aguardam a chegada das equipes dos bombeiros no porto da cidade, que tem 101.203 habitantes.

Mergulhadores continuam as buscas pelos outros três desaparecidos nadando em uma área de 45.000 metros quadrados. Eles têm apoio de embarcações da Marinha.

Segundo o coronel Ademar Rodrigues dos Anjos, a mineradora Anglo American enviou uma balsa com guindaste para realizar o içamento de equipamentos, que também caíram no rio, para tentar achar os corpos. Mas a operação foi cancelada porque a balsa não suportou o peso do guindaste, com mais de 80 toneladas.

O Imap (instituto estadual do meio ambiente) notificou a mineradora na sexta-feira para apresentar uma perícia sobre as condições do porto, que passou por uma obra de terraplenagem.

Diego Luiz/A Gazeta
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A Anglo American afirmou que o acidente foi causado pela movimentação anormal de água no rio Amazonas --uma onda grande que atingiu a orla do rio, provocando o desabamento.

Já o diretor-presidente do Imap, Maurício de Souza, disse à Folha que estudos preliminares apontam que não há característica de uma onda para o acidente. "Precisamos levantar se houve uma ampliação da área aterrada", afirmou.


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