Folha de S. Paulo


Após 9 anos, Rugai é condenado pelas mortes do pai e da madrasta

O ex-seminarista Gil Rugai foi condenado nesta sexta-feira das acusações de ter matado o pai e madrasta a tiros em março de 2004. O julgamento do rapaz durou cinco dias no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. A sentença que determinará o tempo de pena ainda não foi lida pelo juiz.

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Sete jurados tiveram que decidir sobre a condenação de Gil Rugai. Quatro votaram pela condenção e três pela absolvição.

Os jurados estavam reunidos desde as 16h para decidir o futuro de Gil. Antes disso, ocorreram os debates entre acusação e defesa, sendo que cada uma das partes teve uma hora e meia para expor seus argumentos. Elas ainda teriam direito a réplica e tréplica, mas esse tempo de debate foi dispensado por elas.

No tempo usado pela acusação, a Promotoria relatou o suposto desvio de dinheiro das contas da empresa do pai de Gil Rugai, além de outros problemas que a família teria com o rapaz, destacando ainda que ele possuía uma arma, era homossexual e tinha envolvimento com drogas.

Já a defesa voltou a falar sobre registros telefônicos que, segundo os advogados, mostram que Gil não estava na cena do crime. Os advogados ainda tentaram tirar a credibilidade das testemunhas ouvidas pela acusação apontando que elas teriam mentido ou falado sob coação.

O resultado do júri será decisivo para a partilha da herança do casal Luis Carlos Rugai e Alessandra Troitino, estimada em R$ 22 milhões em valores atualizados.

JULGAMENTO

Nos cinco dias de julgamento, 15 pessoas prestaram depoimento e outras duas foram dispensadas. Cinco delas foram chamadas pela acusação, outras sete pela defesa e três do juízo.

Os 260 lugares disponíveis no plenário onde ocorreu o julgamento foram ocupados durante a leitura da sentença. Apenas uma câmera transmitiu a decisão ao vivo para todas as emissoras do país. Não foi permitida a entrada de fotógrafos.

Desde o primeiro dia de julgamento, a acusação mostrou testemunhas que colocavam Gil Rugai na cena do crime e que relataram os problemas que ele tinha com a família. Já a defesa tentou descreditar as testemunhas arroladas pela acusação.

Na quinta-feira, os advogados do rapaz chegaram a insinuar que um ex-funcionário do pai de Gil teria interesse na morte do empresário.


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