Folha de S. Paulo


Madrasta de Gil relatou desvio de dinheiro a gerente de banco, diz acusação

O promotor Rogério Leão Zagallo disse que Alessandra Troitino, madrasta de Gil Rugai, relatou desvios de dinheiro das contas da empresa do pai de Gil, Luis Carlos Rugai, para a gerente que cuidava da conta da empresa do marido dias antes do crime.

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No dia 27 de março de 2004, ela mandou um e-mail para pedir "com urgência" para que o problema com a falsificação de cheques fosse solucionado. Ela e o marido foram mortos a tiros no dia seguinte.

Outros e-mails endereçados a amigos mostram conversas em que Alessandra relata problemas no departamento financeiro. Os e-mails mostrados pela acusação foram enviados nos últimos dez dias antes do crime.

PERFIL

A acusação mostrou uma coletânea de depoimentos prestados à polícia para mostrar que a família relatava problemas com Gil e que o réu possuía uma arma, era homossexual e tinha envolvimento com drogas.

Em depoimento à polícia, o namorado de uma amiga de Gil contou que ele gostava de ir a um restaurante (o mesmo onde ele afirma que esteve no dia do crime) para paquerar o garçom. A testemunha disse ainda que ele era agressivo com a namorada do garçom, para quem fornecia maconha.

Ele também falou que suspeitava que Gil fosse o assassino do pai e da madrasta porque o réu sempre teve um relacionamento ruim com os pais.

Um dos funcionários da empresa Referência Filmes, do pai de Gil, disse que certa vez ele urinou, sentado em uma mesa, de tanto que bebeu. Esse mesmo funcionário, em depoimento à polícia, disse que Gil falou a ele certa vez: "Seria mais feliz se o meu pai morresse".

Segundo o depoimento da secretária da empresa do pai de Gil Rugai, os patrões dela disseram que o jovem estava proibido de entrar na empresa. O réu teria ido ao local para pedir uma cópia das fechaduras trocadas, mas ouviu da funcionária: "Para você, mocinho, não tem chaves não". E ele respondeu "Ah, tá."

De acordo com a acusação, o depoimento contraria a versão do réu de que ele não sabia que o pai havia trocado os miolos das fechaduras das portas.

Segundo a secretária, Gil deixou de ir à empresa de Luis Carlos Rugai duas semanas antes do crime, mas que ele ainda fazia ligações para o local. Ela lembrou que certa vez ele disse: "O fedido quer falar comigo", se referindo ao pai.

Em depoimento à polícia, Rudi, ex-sócio de Gil, disse que tocou numa pistola que o réu guardava no escritório. Após o crime, quando foi chamado para fazer um reconhecimento com as armas de brinquedo apresentadas pela mãe de Gil, Rudi disse que não era a mesma que ele havia tocado. De acordo com ele, o peso das armas era diferente e a levada pela mãe do réu não era de metal como a que o acusado guardava.

Rudi afirmou, em depoimento, que chegou a abrir a gaveta de Gil, pegar a arma e mostrar a outro amigo. Entretanto, ele procurou a pistola após o crime, mas não a encontrou.


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