Folha de S. Paulo


Promotor acusa juiz de ser 'submisso' no caso Gil Rugai

O promotor do caso Gil Rugai, Rogério Leão Zagallo, acusou o juiz Adilson Paukoski Simoni de ser submisso durante o julgamento do caso e que a defesa se aproveitou dessa situação diversas vezes.

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Para Zagallo, o juiz permitiu que os advogados do réu atacassem de forma agressiva as testemunhas de defesa, entre elas, o vigia Domingos Ramos Oliveira de Andrade. Ele trabalhava na rua onde morava o pai de Gil, Luis Carlos Rugai, 40, e a mulher dele Alessandra Troitino, 33. Os dois foram mortos dentro de casa, em março de 2004, em Perdizes (zona oeste de SP).

"Eles foram massacrados pelos advogados de defesa e o juiz não fez nada para impedir", afirmou.

Já o assistente de acusação, Ubirajara Mangini Pereira, disse que o juiz pode ter tomado essa atitude com receio de que a defesa peça a anulação do julgamento por interpretar que houve um possível favorecimento à acusação no julgamento.

Assim como no dia anterior, Gil Rugai também entrou pela porta dos fundos do fórum. Segundo o advogado de defesa Marcelo Feller, essa atitude foi tomada para que o réu não fosse pressionado pela imprensa porque há a possibilidade de ele ser interrogado ainda hoje.

Para a Promotoria, Gil matou o casal ao ser pressionado a confessar ter desviado dinheiro da empresa do pai. Gil chegou a ficar dois anos preso pelo crime e agora responde ao processo em liberdade.

O julgamento entrou no seu quarto dia nesta quinta-feira (21) e existe a possibilidade de o veredito sair apenas no sábado (23). Além do depoimento de três testemunhas o réu também será ouvido para então iniciar o debate entre a acusação e a defesa.

A expectativa é ouvir hoje o motorista de um vizinho do pai de Gil Rugai, Francisco Luiz Valério Alves. Foi o patrão dele quem ligou para o vigia da rua após ouvir os tiros na casa do empresário.

Além do motorista, também deve ser ouvido Rudi Otto Kretschmar, amigo e sócio de Gil, que afirmou ter visto e pegado na arma do amigo. Um outro vigia da rua onde morava o casal, Fabrício Silva dos Santos, também deve prestar depoimento hoje.

Ontem (20), o julgamento foi encerrado à noite com o depoimento do irmão do réu, Léo Rugai. Ele disse que acredita na inocência do irmão e abraçou o réu ainda no plenário.


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