A operação-padrão de policiais rodoviários federais provocava lentidão em rodovias de quatro Estados do país nesta quarta-feira. A ação, que começou hoje, pretende chamar atenção do governo para as reivindicações da categoria.
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Entre os pedidos estão a correção das distorções salariais, o reconhecimento do nível superior para o cargo de PRF, o pagamento de adicional noturno e insalubridade e a reestruturação da carreira. De acordo com um dos diretores da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (Fenaprf) há uma defasagem de 4.000 policiais nas estradas federais do país.
"Desde agosto do ano passado estamos tentando negociar com o governo e nada de concreto é colocado na mesa. Uma reunião havia sido marcada no último dia 26 e esperávamos respostas as nossas propostas, mas ela foi cancelada pelo governo", disse Lourismar Duarte, um dos diretos da Fenaprf.
Na operação-padrão, policiais fazem uma fiscalização rigorosa nos carros, caminhões, ônibus e pedestres que passarem pelas rodovias.
Na região de Guarulhos (Grande São Paulo), a Dutra registrava 9 km de lentidão no sentido Rio de Janeiro, entre o km 217 e o km 208. Uma faixa da rodovia chegou a ficar interditada.
No Paraná, havia quatro pontos onde os policiais faziam a operação. Dois deles na BR-227, próximo a Foz do Iguaçu, no km 114 e no km 131 de ambos os sentidos. Os outros dois pontos ocorriam na BR-116, km 95, e na BR-369, no km 157. Havia lentidão em todas as rodovias onde a operação acontece, mas a polícia não informou os trechos de filas.
| Apu Gomes/Folhapress | ||
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| Lentidão na rodovia Dutra, em Guarulhos, onde policiais rodoviarios federais realizam operação-padrão |
Na Fernão Dias, em Betim (região metropolitana de Belo Horizonte), havia 10 km de lentidão. De acordo com a concessionária que administra a via, os policiais estão fazendo a fiscalização na rodovia desde as 7h20, em ambos os sentidos.
Por conta disso, a lentidão no sentido Belo Horizonte era de 10 km, entre o km 509 e km 499. Já no sentido São Paulo, havia 6 km de filas, entre o km 493 e o km 499.
Já no Distrito Federal, a BR-040 chegou a concentrar 20 km de lentidão pela manhã, mas por volta das 12h as filas estavam concentradas apenas na chegada a Brasília.
A PRF informou que a operação dos policiais nas rodovias do Rio Grande do Sul não começou, mas está prevista para a tarde de hoje.
Segundo Duarte, os salários da categoria estão congelados há cinco anos. Os sindicatos da categoria de cada Estado deverão fazer assembleias até o dia 20, quando será decidido se haverá greve. "A nossa expectativa é que todos os sindicatos vão aderir à greve caso não haja avanço nas negociações", disse.
GREVE DA PF
A greve nacional de policiais federais, iniciada ontem, prejudica a emissão de passaportes. Com isso, quem já pagou as taxas e não for atendido terá de remarcar data para pegar o passaporte, o que pode ser feito pelo site da PF (www.dpf.gov.br ). Apenas os passaportes que já estão prontos serão entregues.
A Fenapef afirma que cerca de 30% do efetivo da PF --o mínimo legal-- permanece trabalhando. Agentes, escrivães e papiloscopistas somam 9.000 pessoas. A Fenapef estima que 7.000 pararam. Esta é a terceira greve da categoria. As outras ocorreram em 1994 e 2004.
A categoria diz que está sem aumento desde 2006 e que o salário inicial, de R$ 7.200, ficou defasado. A categoria quer aumento para R$ 13 mil em cinco anos, equiparando-se a auditores da Receita e agentes da Abin.
Os policiais também dizem que falta efetivo para controlar fronteiras e aeroportos e pedem a substituição do diretor-geral da PF, Leandro Daiello, por alguém que não seja da corporação.
Para essa quarta-feira, a categoria aponta que haverá operação-padrão no aeroporto Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, a partir das 15h30, e no aeroporto de Rio Branco (AC). Neste segundo, não foi informado o horário. Com isso, policiais farão checagens mais completas em bagagens e documentos.
No aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (na Grande São Paulo), a operação vai ocorrer amanhã.