Antes de abrir o Piselli Sud, no vão central do shopping Iguatemi, Juscelino Pereira montou o Piselli, nos Jardins.
E antes de seu Piselli (ervilha em italiano), passou por toda sorte de funções no Grupo Fasano ao longo de 12 anos. Pois antes do Fasano, e aí fecha-se o ciclo, o competente restaurateur cultivou ervilhas no interior de São Paulo.
Bem, voltemos ao fim: seu mais recente restaurante busca inspiração no sul da Itália, com ênfase nos peixes e frutos do mar, mas repete alguns dos clássicos da casa-mãe.
Eis dois exemplos: o espaguete à carbonara (R$ 59) e o ravióli recheado de queijo fontina, com creme de trufa negra e porcini fresco (R$ 63). Este pesa um tanto e tem aroma tão forte que mata o sabor do porcini.
(Fez lembrar-me de uma menção do biólogo e jornalista espanhol Miguel Sen, a uma "potência olfativa superior à que teriam todas as trufas de uma trufeira juntas".)
Rômulo Fialdini/Divulgação | ||
Salão do restaurante Piselli Sud, no shopping Iguatemi |
O carbonara sai-se bem. Leva pancetta curada na casa e tem cremosidade típica das receitas que fazem proveito de um pouco da água do próprio cozimento.
Da Sicília, os arancini (R$ 35, a porção) ficam devendo. Apesar da crosta sequinha, falta textura aos bolinhos de arroz arbóreo recheados com mozarela de búfala, que esfarelam na boca.
Foram bem tratados o peixe do dia (R$ 73) e o peito de frango (R$ 59) –ambos suculentos, carnudos e bem temperados.
O primeiro (um dourado) vem embalado em crosta de alho-poró na companhia de cogumelos salteados no azeite –aqui há um desequilíbrio de sal, quase nulo. Uma crosta de ervas e limão, com gostosa acidez, envolve o segundo, servido com aspargos grelhados, em molho à base de creme de leite e queijo, que, de novo, podia ser mais leve.
Bom final é a sobremesa que combina suspiros, sorvete de creme, figos e morangos (R$ 27).