Folha de S. Paulo


Jamie Oliver abrirá casa no Itaim Bibi, a primeira de sua rede nas Américas

O chef britânico Jamie Oliver confirmou nesta terça-feira (15), por meio de seu perfil no Instagram, a abertura de seu primeiro restaurante em São Paulo até o fim do ano. É a primeira filial da sua rede Jamie's Italian nas Américas.

Entre seus sócios na empreitada estão Lisandro Lauretti e Marcel Gholmieh, que negociam a vinda ao Brasil do cozinheiro estrelado há cerca de três anos e apareceram na foto que ele postou na rede social.

Reproducao/Instagram/jamieoliver
Jamie oliver e os sócios em imagem publicada no perfil do chef no Instagram
Jamie oliver e os sócios em imagem publicada no perfil do chef no Instagram

Jamie Oliver, 39, veio ao Brasil para a final da Copa do Mundo, na qual torceu para a Alemanha, e está no Rio de Janeiro. Foi de lá que também publicou a foto de uma moqueca "tão boa que tive que pedir mais uma" e a de uma prateleira repleta de garrafas de cachaça. O registro, feito no restaurante Aprazível, em Santa Teresa, diz que a boa cachaça "torna a vida um pouco melhor".

O chef ficou famoso com programas de sucesso na TV, apresentados desde 1996 e retransmitidos em mais de cem países, além de ter publicado dezenas de livros, entre eles best-sellers como "30 Minutos e Pronto" (ed. Globo).

ITAIM BIBI

Seu restaurante em São Paulo, de culinária italiana, deverá ser aberto na rua Gironda, no Itaim Bibi, zona oeste. Lauretti ressalta em entrevista à Folha, porém, que "há outras possibilidades, mas vai ser mesmo no Itaim".

Lauretti, 40, é o que eles chamam de "key person" de Oliver no Brasil, o operador responsável pela vinda da casa e que cuidará de toda a produção na cozinha -desde a escolha dos produtos (e produtores) até a seleção de receitas do cardápio.

Segundo ele, 80% do menu deve repetir receitas da rede lá fora e 20% serão compostos de adaptações aos ingredientes brasileiros. Além disso, haverá cerca de três pratos do dia, de acordo com os ingredientes mais frescos.

Craig Greenhil/Rex
Jamie Oliver no programa 'Kitchen Talk
Jamie Oliver no programa 'Kitchen Talk

"Essa é uma bandeira muito cara a Jamie. É um conceito dele, de usar produtos locais", diz Lauretti. Ativista da alimentação saudável, o britânico travou briga com a rede de fast food McDonald's, que acabou anunciando mudança na receita de hambúrguer da rede.

Para assumir a dianteira do Jamie's Italian, Lauretti teve de vender suas ações em outros endereços dos quais era sócio, como o Hooters. Neste restaurante, estão hoje seus outros cinco sócios na rede britânica -Marcelo Goldfarb e Carlo Gardia (Serafina e Benihana), Bruno Laporta, Diego Sala e Gholmieh, que é o CEO da Hooters no Brasil.

A marca britânica também não deve ficar só em São Paulo. "Há a possibilidade de expandirmos. Temos foco no Rio, na região de Campinas e também talvez Brasília. Mas primeiro precisamos consolidar aqui", diz o empresário.

PEQUENOS PRODUTORES

Trazer Jamie Oliver para o Brasil começou com um e-mail. "Há uns três anos, ele anunciou que queria vir para cá e que buscava um sócio. Escrevi para ele para convencê-lo de que o sócio perfeito era eu", diverte-se Lauretti. Em 2012, o brasileiro passou uma semana em Londres, para "selar" a sociedade.

Já no início do ano passado, ficou 60 dias em treinamento nos restaurantes de Oliver, "trabalhando 12 horas por dia". "Mesmo com 20 anos de experiência na cozinha, voltei a cortar cenoura, a cortar batata. Fiquei lá como um novato", conta ele, que se formou na Anhembi Morumbi e trabalhou nos últimos anos como chef-consultor, adaptando menus como o do Hooters para a filial paulistana. "Lá em Londres, nunca vi tanta gente jovem e vibrante numa equipe."

De 2013 para cá, diz Lauretti, o contato com a equipe de Oliver se dá diariamente on-line para a aprovação de produtos que serão incluídos no cardápio. "Estamos trabalhando com um criador de porco nativo de Mococa [a 262 km de SP], com a Cerrado Carnes", fala ele sobre a empresa que comercializa animais de caça, como javali e paca.

"Esse porco, por exemplo, vai na bolonhesa que acompanhará o tagliatele do cardápio", adianta Lauretti. "Outro clássico que serviremos é a lasanha, com carnes de boi e de porco."

Colaborou MAGÊ FLORES, de São Paulo


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