Folha de S. Paulo


Frango caipira deve ganhar selo de certificação no Brasil

A exemplo do que já acontece com a versão orgânica, o frango caipira vai ter um selo de certificação de origem e uma regulamentação definindo as formas de produção.

A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) está em discussões, com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e o Ministério da Agricultura, para definir as regras.

O novo texto, que tem previsão de conclusão para daqui a três meses, deve substituir um ofício de 2003 que normatiza a criação de frango caipira, mas com menos determinações.

A principal mudança é a exigência de que frangos usados na criação tenham uma linhagem caipira.

Hoje, um produtor pode, por exemplo, criar frangos de granja à moda caipira –sem confinar as aves e deixá-las com alimentação livre– e vendê-los como caipiras. Por não possuírem a genética desse tipo de criação, porém, eles não poderiam ser considerados caipiras.

Em relação ao frango industrializado, o caipira tem crescimento mais lento e características distintas na carne, mais avermelhada, de textura mais firme e sabor mais pronunciado.

"Por isso, a regulamentação também servirá como instrumento de defesa do consumidor; ele vai ter a segurança de comprar um produto que esteja de acordo com o que diz o rótulo", defende Ariel Mendes, diretor da ABPA.

Além da exigência da linhagem, a nova regulamentação deve reforçar a proibição do uso de antibióticos de forma preventiva na criação –os chamados promotores de crescimento–, determinar o fornecimento de rações específicas (ou de produção segregada em relação à ração de frangos de granja) e alterar a área mínima de criação. Hoje, ela é de 3 m² por ave, o que será modificado para 0,5 m² por ave.

O texto prevê ainda que certificadoras emitam um selo garantindo o cumprimento das normas.


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