Folha de S. Paulo


Vendas de defensivos fecham 2013 perto de US$ 11 bilhões, novo recorde

TATIANA FREITAS (interina)

As vendas de defensivos agrícolas atingiram novo recorde no ano passado. Estimativas de mercado apontam para um faturamento próximo de US$ 11 bilhões para as indústrias do setor em 2013.

Se confirmado, o resultado representará um crescimento de 13% em relação aos US$ 9,7 bilhões de 2012.

Uma combinação de fatores explica o aumento das vendas: expansão na área de diversas culturas no país, maiores preços praticados durante o ano, a valorização do dólar e o aumento na frequência de pragas no país.

Para combater a lagarta Helicoverpa armigera, uma praga que devastou lavouras e causou prejuízos no país, os produtores precisaram recorrer a uma gama maior de produtos e elevar o número de aplicações de inseticidas.

A maior incidência de pragas também mudou o perfil das vendas do setor. Antes, inseticidas, fungicidas e herbicidas tinham participação semelhante no total das vendas do setor. No ano passado, os inseticidas passaram a ter mais destaque.

Para 2014, a expectativa para as vendas de defensivos é positiva, principalmente por causa do aumento da área cultivada com soja e dos preços remuneradores ao produtor, o que incentiva o investimento no campo.

Mas o forte crescimento de 2013 não deve se repetir. Dois fatores levam a indústria a adotar a cautela: o caos logístico e a Copa do Mundo, que neste ano pode intensificar os problemas no transporte.

A avaliação é que o evento esportivo vai dificultar a movimentação de cargas nas rodovias e nos portos brasileiros. O excessivo número de pontos facultativos em algumas cidades-sede, devido aos jogos, também preocupa.

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Queda livre O preço do feijão continua em queda no campo. Ontem, a saca de 60 quilos do carioquinha de boa qualidade era negociada a
R$ 77, em média, no país -baixa de 8,7% no dia, segundo pesquisa da Folha.

Em alta A produção de máquinas para a agricultura apresentou crescimento de 16% no ano passado, informou ontem a Abimaq. As exportações do *setor subiram 8,6%, segundo a entidade.

Largada Os primeiros navios de soja começam a ser carregados em Paranaguá (PR). A primeira embarcação partiu cheia anteontem e mais duas estavam programadas para deixar o porto até o final desta semana, totalizando 187 mil toneladas.

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Transporte na via da soja supera capacidade em 113%

A BR-163 será duplicada e passará por melhorias após as concessões de 2013. Mas, para o transporte da atual safra, o cenário ainda é caótico.
Estudo da Confederação Nacional da Indústria mostra que 3 dos 5 trechos mais congestionados do Centro-Oeste estão na BR-163 em Mato Grosso. O percurso mais saturado é entre Lucas do Rio Verde e Posto Gil, onde são movimentadas 83 mil toneladas ao dia, volume 113% acima de sua capacidade.

Em 2020, o volume nesse trecho pode chegar a 480% da capacidade, diz o estudo. A projeção, porém, desconsidera as obras previstas no programa de concessões.


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