Folha de S. Paulo


Estoques melhoram, mas ainda são baixos

Os estoques dos principais produtos agrícolas têm uma melhora sensível na safra 2013/14, o que deverá reduzir a pressão inflacionária dos alimentos no período.

Em alguns casos, no entanto, a melhora no volume nos estoques vai apenas impedir novos aumentos de preço e ainda não permitirão uma tendência de redução.

O consumidor deverá continuar pagando caro por esses produtos, cujos valores atingiram novos patamares neste ano, mas a pressão na inflação será menor, já que os índices trabalham com variações de preços.

Os estoques mais folgados serão os de milho. As boas safras dos últimos anos, mesmo com o aumento das exportações, farão com que o país termine a safra 2013/14 com um volume de 20,7 milhões de toneladas, na avaliação da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Esse volume vai superar em 51% o da safra 2012/13 e em 263% a média das safras de 2009/10 a 2011/12.

Mesmo com esse excesso de estoques, o cereal deverá ter um relativo peso na ração. A produção de milho está localizada em regiões bem distantes das de consumo, e a precária logística de transferência de produto eleva os custos.

Os produtos básicos -como arroz, feijão e trigo- também têm melhora no estoque final desta safra. Esse volume, no entanto, não volta aos patamares de há três anos.

Um dos produtos mais críticos é o trigo, cuja produção nacional teve forte redução neste ano. O estoque final desta safra vai a 429 mil toneladas, 25% mais do que na anterior, mas ainda 78% abaixo do registrado de 2009 a 2011. Os estoques finais de trigo serão suficientes para apenas 14 dias de consumo.

Os estoques de arroz, devido a uma perspectiva de melhora na produção nesta safra, sobem para 2,1 milhões de toneladas, o equivalente a dois meses de consumo.

Já a produção de feijão sobe para 3,2 milhões de toneladas na safra 2013/14; e os estoques, para 205 mil toneladas. Apesar da alta, o estoque será suficiente para apenas 20 dias de consumo.

O balanço entre oferta e demanda de soja será de 4,2 milhões de toneladas, 250% mais do que o anterior, enquanto o de algodão em pluma sobe para 583 mil toneladas, 51% mais.

*

Área A safra agrícola poderá ocupar uma área de 55,5 milhões de hectares nesta safra 2013/14, conforme estimativas de ontem da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Se confirmada, essa área sobe 4% em relação à anterior.

O destaque O algodão será um dos destaques, com aumento de até 22% na área a ser semeada. A soja, que passa a ocupar até 29,5 milhões de hectares, cresce 6% em relação à safra anterior. Já a área de milho cai 1%, para 15,6 milhões de hectares.

Produção Os dados divulgados ontem pela Conab já indicam uma produção de grãos próxima de 200
milhões de toneladas nesta safra que está sendo semeada. A produção ficará entre 192 milhões e 197 milhões de toneladas.

Liderança A soja volta a ser líder em produção, atingindo 90 milhões de toneladas, 11% mais do que na safra anterior, segundo a Conab. Já a produção de milho recua para 79,8 milhões de toneladas, 1% menos.

Milho nos EUA O Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) elevou a produção de milho para 356 milhões de toneladas em 2013/14. Os estoques são de 47,9 milhões de toneladas.

Soja O Usda alterou também a estimativa de produção de soja para 88,7 milhões de toneladas. Os estoques finais da oleaginosa, antes previstos em 4,1 milhões de toneladas, devem fechar a safra em 4,7 milhões.

*

Mamona - Área de plantio volta a crescer nesta safra

A área destinada ao cultivo de mamona, após forte redução na safra 2012/13, voltará a crescer, segundo estimativas da Conab. A previsão feita ontem pelo órgão é de 143 mil hectares, 64% mais do que na safra anterior. A produção deverá subir para 89 mil toneladas, 465% acima da do período 2012/13.


Endereço da página: