Folha de S. Paulo


A estrela do século

RIO DE JANEIRO - Marilyn Monroe faria hoje 90 anos - nasceu em 1º de junho de 1926. Na vida real, mal completou 36, porque morreu no dia 5 de agosto de 1962. Em nosso tempo, é um raro caso de pessoa morta há mais de 50 anos - e de carreira tão breve, apenas dez ou doze anos - que não precisa de identificação. Na maior parte do mundo, todos sabem quem foi Marilyn Monroe: a maior estrela da história do cinema e, talvez, do século 20.

Seus filmes para valer foram somente 11, de "Torrente de Paixão" (1953) a "Os Desajustados" (1961) e, antes desses, quatro ou cinco em que ela tornou memoráveis as passagens-relâmpago que lhe deram. Mas, mesmo que fossem menos, Marilyn ainda seria Marilyn. Entre um filme e outro, "sabíamos" tudo sobre ela, seus amores, seus sonhos e frustrações. Era como se passasse o ano inteiro em cartaz, graças ao material que os correspondentes em Hollywood enviavam - quase todos os grandes jornais brasileiros tinham um.

Ninguém era mais sensual, vide "O Pecado Mora ao Lado" (1955). Mas, talvez por ser uma comediante, Marilyn não era ofensiva. Homens, mulheres e crianças a amavam por igual, ou assim se pensava. A portas fechadas, Marilyn foi o primeiro objeto de desejo dos meninos dos anos 50 - além dos filmes a que se assistia salivando, não faltavam fotos no "Cruzeiro" como inspiração.

Desde sua morte, os mais de 1.500 livros a seu respeito só contam histórias tristes. Mas a tese de que Hollywood a destruiu foi finalmente abandonada. Ao contrário, Marilyn é que era um suplício para os diretores, técnicos e colegas - sua dieta de Benzedrine e Demerol, mandados para dentro com champanhe Taittinger, era incompatível com o trabalho.

Marilyn queria ser uma atriz dramática, respeitada por intelectuais e casada com John Kennedy. Em vida, perdeu as três apostas.


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