Folha de S. Paulo


Ação sobre grandes shows no Pacaembu deve alterar projetos de concessão

Moacyr Lopes Junior - 12.set.2016/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL. 12.09.2016. Funcionario pinta do gramado do estadio do Pacaembu que voltara a ser usado para uma partida do Campeonato Brasileiro. (Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress, COTIDIANO). ***EXCLUSIVO*** TRAX 10066482A
Parte interna do Pacaembu; quatro consórcios têm interesse em participar da concorrência

A disputa pela pela concessão do Pacaembu será afetada pelo julgamento de uma ação da prefeitura de São Paulo para reverter decisão que proíbe grandes eventos.

A afirmação é de Wilson Poit, secretário de desestatização. "A licitação será no fim deste ano. Se as condições forem mais favoráveis, vai ter mais concorrência e, para a cidade, vai ser melhor."

O julgamento está agendado para está terça (19) no STJ.

A concessão está na fase de receber projetos dos quatro grupos de empresas que protocolaram interesse. Essas ideias serão recebidas pelo município para redigir o edital da concorrência.

A impossibilidade de fazer grandes shows é uma restrição, diz Fernando Fleury, da consultoria Almeida & Fleury, que integra um dos consórcios participantes.

"A modelagem de negócios será nas condições que forem estabelecidas. À medida que se criam restrições, limitam-se as alternativas e se discute qual é a possibilidade de realizar investimentos."

A proibição de grandes eventos, no entanto, não vai inviabilizar a entrega do estádio à iniciativa privada, diz Rafael Quinane, sócio da BF Capital, que participa de um dos outros consórcios.

"Será uma opção de receita a menos, mas há outras, e o projeto ainda será viável."

A Casa Azul, outra concorrente, não proporá grandes show nem mesmo se a Justiça permitir sua realização.

"É um desperdício usar o Pacaembu como se usam as outras arenas. Ele é mais sofisticado", diz o diretor-presidente Mauro Munhoz.

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À espera do Refis

As vendas da fabricante de brinquedos Estrela tiveram um pequeno aumento, de 3%, no primeiro semestre deste ano, segundo o sócio Carlos Tilkian.

O resultado deverá melhorar até o fim de 2017, caso se mantenha o atual ritmo de pedidos das redes varejistas para o Dia das Crianças, avalia o executivo.

A empresa terminou o ano passado com prejuízo líquido de R$ 62,5 milhões.

Com R$ 355 milhões de tributos a pagar, a companhia ainda aguarda a definição das condições do próximo Refis para avaliar sua adesão, diz Tilkian.

"Esperamos também que o governo dê ao menos um mês a mais de prazo para a adesão. Não adianta definir [os termos] e dar três dias para as empresas."

A fabricante ainda aguarda a homologação de sua última adesão a um programa de refinanciamento, em 2014 —o Refis da Copa.

A demora, afirma, se deve ao alto volume de pedidos feitos à época, que a Receita ainda não processou.

A fabricante também pretende reduzir seus custos com itens importados —que hoje vêm da China e passarão a vir do Paraguai. A expectativa é que a nova operação se inicie em 2018.

Os importados representam de 15% a 18% do faturamento da empresa.

R$ 141 MILHÕES
foi a receita operacional líquida da Estrela em 2016, uma queda anual de 16,6%

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Falta de produtos diminui em supermercados

O índice de ruptura, que mede a falta de itens em supermercados, chegou a 10,22% em agosto, segundo as consultorias NeoGrid e Nielsen.

Isso significa dizer que, em uma cesta hipotética de 100 produtos, 10 não seriam encontrados pelo cliente.

O indicador, que começou o ano próximo a 11,7%, cai de forma sustentável à medida que a economia se recupera, segundo Rodrigo Mariano, da Apas (Associação Paulista de Supermercados).

"Em um cenário de crise, a ruptura é mais frequente. Quando as vendas diminuem, o planejamento fica prejudicado", diz o economista.

"Varejistas compram uma quantidade menor do que a necessária e, entre um pedido e outro, clientes não encontram o produto na gôndola."

Itens como bebidas e derivados lácteos, que podem ficar menos tempo estocados ou que são comprados mais frequentemente, têm um nível de ruptura maior, diz ele.

Muitos varejistas também seguraram a compra de produtos devido à tentativa dos fabricantes de repassar custos, afirma Robson Munhoz, vice-presidente da NeoGrid.

"O problema chegou a um nível tão grave que as indústrias cederam mais."

PASSA AMANHÃ - Índice de falta de produtos em supermercados, em %

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Licença para dragar

O imbróglio em torno da dragagem do Porto de Santos levantou o tema da descentralização no setor portuário, dizem entidades do segmento.

A contratação de serviços, hoje, é controlada pelo governo federal, que precisaria autorizar mudanças no modelo —como no caso de Santos, onde se propõe a concessão do serviço de dragagem.

A descentralização daria mais agilidade à contratação, que hoje é pouco eficaz e frequentemente gera problemas à operação portuária, diz Marcos Ludwig, sócio do Veirano.

As empresas que usam os portos também se queixam que o orçamento centralizado beneficia áreas que requerem manutenção frequente, como Santos, afirma Paulo Villa, do Usuport da Bahia (dos usuários de portos do Estado).

O próprio município de Santos, porém, apoia a descentralização, que seria um modelo mais competitivo, segundo o prefeito da cidade e presidente da ABMP (associação das cidades portuárias), Paulo Barbosa (PSDB).

Editoria de Arte/Folhapress
NO FUNDO DO MAREntenda um dos gargalos do setor portuário

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Reforma... A TPA Empreendimentos investirá R$ 15 milhões em um retrofit do edifício Irradiação, localizado no centro de São Paulo.

...clássica O prédio foi projetado por Jacques Pilon, mesmo arquiteto da biblioteca Mario de Andrade, e será adaptado para uso residencial.

Executivo Após 82 anos, a Vedacit, de materiais de construção, deixará de ter uma gestão familiar. Será assumida por Marcos Bicudo, ex-Masisa.

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Hora do Café

com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI


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