Folha de S. Paulo


Margens se estreitam, mas setor farmacêutico tem fôlego para crescer

Apesar de ter passado por forte expansão nos últimos anos, o setor farmacêutico ainda tem fôlego para crescer e se manter como um dos mais promissores, segundo Paula Yamaguti, economista do Itaú Unibanco.

Para Ymaguti, é provável a persistência dos fatores favoráveis que têm impulsionado a expansão do setor: o aumento da renda, o envelhecimento da população e o maior consumo de medicamentos genéricos.

"Apesar do panorama positivo, o setor deve ficar atento à queda nas margens, pressionadas pela forte concorrência, principalmente no segmento dos genéricos, e pelo aumento de custos, decorrente tanto do encarecimento da mão de obra como dos insumos", ressalva Yamaguti.

O setor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos é o terceiro no mundo em volume de vendas, atrás apenas de China e Estados Unidos.

Embora tenha crescido graças ao aumento da renda, ao barateamento dos produtos e à crescente participação feminina no mercado de trabalho, o gasto do brasileiro no segmento já é muito superior ao de países com o mesmo nível de renda.

"Isso indica que há menos espaço para expansão nos próximos anos."

Uma medida positiva para essa indústria seria o aumento das exportações -a balança comercial do segmento é muito deficitária.

Grande parte dos insumos farmoquímicos e medicamentos é importada e a demanda ainda é basicamente interna, lembra a economista.

Eduardo Anizelli/Folhapress
Paula Yamaguti, economista do Itau Unibanco
Paula Yamaguti, economista do Itau Unibanco

arte saúde

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Futuro Fora do País

"Este ano não foi [bom] como os anteriores, mas, em comparação com a trajetória do país, foi razoável."

É assim que o presidente do laboratório Cristália, Ogari Pacheco, resume o desempenho da empresa em 2015. O faturamento deverá ficar ao redor de R$ 1,6 bilhão e não haverá queda nem alta real (com a inflação descontada).

As vendas para o governo -que passaram a representar 30% do faturamento, ante 33% em 2014- prejudicaram o resultado do laboratório. "Elas foram parcialmente compensadas pela indústria hospitalar."

Para 2016, Pacheco projeta um faturamento igual ou inferior ao deste ano. A estratégia será acelerar as exportações, que hoje correspondem a 6%. "Queremos que chegue a 10%."

R$ 1,6 bilhão
deverá ser faturamento da empresa neste ano

2.600 são os funcionários, que atuam em três unidades do grupo

Karime Xavier/Folhapress
Ogari Pacheco, da rede de laboratórois
Ogari Pacheco, presidente da rede de laboratórios

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Presente da Novidade

O Biolab terá uma alta nominal (sem descontar a inflação) na receita de 11% neste ano. Para 2016, a estimativa é um avanço de 12%.

"[O crescimento] decorre da atualização no portfólio. Fazemos lançamentos para terapias que estão há muito tempo sem novos medicamentos", afirma o CEO, Cleiton Marques.

A margem de lucro, porém, cairá mais que 1,5% -a média de anos anteriores. "Tivemos um aumento de 18% nos custos. A pressão do dólar é muito grande."

Cerca de 90% dos insumos do setor são importados.

R$ 1,2 bilhão
será o faturamento neste ano da empresa, que tem três fábricas e 2.300 funcionários

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O Que Estou Lendo

Eduardo Knapp/Folhapress
Alexandre Correa Abreu, presidente do Banco do Brasil
Alexandre Abreu, presidente do Banco do Brasil

Alexandre Abreu, presidente do Banco do Brasil

"The Physician", de Noah Gordon, livro em que foi baseado o filme de sucesso no cinema, foi a leitura recente de Alexandre Abreu, presidente do Banco do Brasil.

"O mais interessante da obra são os choques de civilizações, visões sobre os limites entre ciência e fé", diz. "Os conflitos são narrados de forma instigante. Cativa a atenção desde o início. São mais de

500 páginas que jamais cansam os leitores."

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Hora do Café

Lézio Júnior
charge
charge

com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ e DOUGLAS GAVRAS


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